Ontem a gente viu oradores mostrando a
necessidade de anistia. Eu estava percorrendo as histórias de algumas pessoas.
Sem falar na Débora, que é um símbolo: 14 anos de prisão por escrever uma frase
de um ministro de Supremo no granito da estátua da Justiça.
Mas tem um outro caso aqui incrível, da
Giovana Vieira da Costa. Ela é casada com um motoboy, está com oito meses de
gravidez, e chegou de ônibus no fim da tarde, depois que tudo tinha acontecido.
Mas foi presa. Ela invocou o motorista do ônibus para dar um testemunho, mas o
motorista não quis se meter com medo. Esse é o objetivo: impor medo para as
pessoas lavarem as mãos. "Te vira".
Assim como a dona Adalgisa, doente, a
dona Vildete da Silva Guardia, de 74 anos, que já foi condenada há 12 anos,
estava dentro do Palácio Planalto. Não quebrou nada, estava lá abrigada da
fumaça lançada por bomba do helicóptero. Já perdeu 40 quilos, usa cadeira de
rodas, mas foi presa porque poderia fugir. Ela recentemente retirou um tumor,
ela não consegue caminhar.
Então agora mandaram para casa, estava
no presídio dois anos, a moça missionária, manicure, que estava colhendo dados
pra uma tese sobre manifestação popular na Faculdade de Psicologia. A Eliane
Amorim de Jesus, 30 anos, está em casa. Prisão domiciliar. Não pode se
comunicar com ninguém, não pode dar entrevista, não pode usar rede social, está
lá de tornozeleira.
O Estadão mostra que tem 107 deputados
que não contam no que vão votar, sim ou não pro projeto de anistia. Tem 197 que
já disseram: “estamos a favor”. E tem 127 que disseram: “vamos votar contra”.
Essa é mais ou menos a maioria da esquerda, dá uns 127.
Estadão ouviu 84% da Câmara, não ouviu
todos ainda. Mas o presidente da Câmara, Hugo Motta, que deu uma entrevista
dizendo que aquilo não foi golpe. Claro que não foi. Foi uma manifestação, foi
uma explosão, mas não foi golpe. Golpe tem que ser conspiração, tem que ser
planejado, tem que ter armas para resistir a qualquer contragolpe. Não tinha.
O Hugo Motta explicou essas coisas, mas
agora ele tem coisa mais importante para decidir, como as tarifas de Donald
Trump. Tudo isso é mais importante que essas senhoras, essas moças que estão
presas. Um dia a mais para elas é uma eternidade. Já imaginou essa missionária
naquele presídio lá do Maranhão? E para essa outra que chegou depois dos
acontecimentos?
As pessoas estão presas, há doentes. O
Clesão ficou preso e morreu. Não foram atendidos os pedidos dele ser mandado
para casa para se tratar. Comida do presídio. Piora a situação, né? Ele acha
que isso não é importante, pessoas não são importantes. Uma pessoa é importante
por um dia na prisão. Um dia de liberdade é um bem muito grande, importante.
Liberdade é logo depois da vida. E vida sem liberdade deve ser uma coisa
terrível.
Aliás, é o Hugo Mota na Câmara, com o
Davi Alcolumbre lá no Senado, que não deixam o Congresso discutir tudo isso que
está acontecendo. Tudo à revelia da Constituição, que proíbe censura, garante a
liberdade de expressão, garante o direito de ir e vir, garante a
inviolabilidade do deputado e do senador por quaisquer palavras e opiniões.
Não é necessário vacinar crianças
contra Covid: Bom, só pra concluir, eu acho uma crueldade o que tem acontecido
por aí, obrigando crianças a serem vacinadas de Covid. Uma que não é
necessária, todo mundo mostra isso. Eles não têm essa necessidade, esse perigo,
eles não correm esse perigo. E outra que essa vacina que mexe com o DNA é
perigosa. Basta que vocês investiguem.
Agora as duas últimas que deu no noticiário,
porque em geral não dá no noticiário, 14 anos, o Ezequiel, lá em Senador
Caneto, perto de Goiânia. Estava jogando futebol, 14 anos. A Maria Eduarda,
fazendo física na Universidade Federal de Goiás, 25 anos. Teve um AVC, morreu,
sei lá. A gente não sabe, porque é tanto jovem morrendo agora.