Quando você ouve, olha e lê na mídia a
gritaria desesperada com que os especialistas, comentaristas e analistas
internacionais anunciam o fim do mundo a curtíssimo prazo, por causa das
decisões do presidente Donald Trump, pode ficar frio. Quanto mais alto o
barulho, mais certo você pode ficar de uma coisa: não vai acontecer nada, zero,
do que essa gente toda está dizendo. O que está se vendo, no mundo das
realidades, é puro e simples rancor, embora não exista nada de puro nem de
simples nessa história.
Os jornalistas, em Nova York ou em
Santa Cecília do Pavão, perderam as eleições nos Estados Unidos e não se
conformam com isso, de jeito nenhum. Convenceram a si próprios, então, que é
seu dever fazer oposição a Trump. Já que o cidadão americano não entende que
tem de ser contra o seu presidente e as coisas que ele está fazendo, a mídia
mundial se vê levada a assumir o comando da resistência.
“O que realmente não se perdoa a Donald
Trump, na mídia, nas classes intelectuais e no consócio Lula-STF, é o fato de
que ele ganhou as eleições. É isso, na verdade, o que não suportam”
Desde o seu primeiro na presidência,
segundo o noticiário e as análises dos “especialistas”, Trump não fez
absolutamente nada de certo, ou mesmo de normal – nem escovar os dentes. Ao
contrário, só cometeu erros, um depois do outros, e todos fatais. É um milagre,
diante disso, que a Terra ainda esteja rodando no sistema solar – mas ninguém
perde por esperar, diz a mídia, porque estamos todos indo para o saco com as
decisões desse demente que está no comando da maior potência do planeta.
Começou, imagine só que absurdo,
expulsando lotes de brasileiros que estavam ilegalmente nos Estados Unidos.
Fechou a usina de corrupção que dava dinheiro para ONGs dedicadas a acabar com
o capitalismo no mundo. Opõe-se ao uso de dinheiro público com crianças que,
segundo os adultos, estão “confusas” em relação ao próprio sexo. Como a
humanidade poderia resistir a isso tudo, e mais do mesmo?
A última calamidade, anunciada com uma
histeria sem precedentes nestes nossos dias de culto ao pânico, é o aumento de
tarifas de importação nos Estados Unidos, seguidos de anúncios de retaliação
por parte da China e da Europa. (O Brasil, por sua viralatice genética no
comércio internacional, tem a sorte de estar na periferia dessa briga até
agora.)
Os Estados Unidos, após décadas como o
paraíso dos exportadores do mundo inteiro, decidiram, em legítima defesa de sua
economia, cobrar reciprocidade de tarifas dos parceiros comerciais. Ou seja:
querem tratar os outros da maneira como são tratados por eles, nem mais e nem
menos. Pronto: é o fim do comércio mundial, gritam todos.
Naturalmente, ninguém jamais abre o
bico quando a Europa e a China tomam medidas do protecionismo feroz em relação
à suas próprias economias. O Brasil que o diga; até Lula sabe o quanto as
exportações brasileiras são perseguidas nesses países que hoje se declaram
escandalizados com Donald Trump. Compram estritamente o que precisam, nem um
grão de milho a mais – e quando não estão socando tarifa de importação, criam
barreiras supostamente sanitárias, exigências de ordem ecológica, atestados de
boa conduta no combate contra a “mudança do clima” e tudo o que um burocrata
politicamente correto pode tirar da sua sacola de sacanagens ideológicas. Trump
faz muito menos que isso tudo. Mas 100% dos analistas acham que ele é o
Apocalipse – now.
O que realmente não se perdoa a Donald
Trump, na mídia, nas classes intelectuais e no consócio Lula-STF, é o fato de
que ele ganhou as eleições. É isso, na verdade, o que não suportam. Sonham,
agora, com uma nova Jerusalém: a China, que em suas fantasias deveria
substituir os Estados Unidos como condutor do mundo. Essa gente, quando erra,
faz questão de errar em tudo.