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Não é a mamãe

Não é a mamãe

Passado o Dia das Mães, fica o pensamento de que deveria ser celebrado aquilo que a modernidade pós niilista mais tenta negar: a vocação natural da mulher à maternidade, não como destino imposto, mas como potência sagrada. No entanto, os símbolos que antes sustentavam essa figura — a mãe como fundamento da civilização, transmissora de cultura e guardiã da infância — estão sendo sistematicamente desmontados um a um.

A maternidade, outrora arquétipo de abnegação e continuidade, cede lugar a formas pálidas de vínculo: mães de pet, mães de planta, afeições projetadas sobre objetos inanimados ou domesticáveis. O fenômeno das mães de bonecas reborn é só o degrau mais grotesco dessa escada descendente.

Essa substituição não é apenas caricata, mas reveladora. O cuidado real, antes voltado ao outro — imprevisível, demandante, transformador —, é, agora, investido no simulacro, no inofensivo, no que jamais nos confronta. A boneca, o cão vestido de bebê, o vaso tratado como filho não desafiam, não crescem, não possuem vontades. São o reflexo perfeito de uma era que rejeita a alteridade e sacraliza o conforto emocional.

No coração dessa transfiguração está o aborto elevado a direito identitário — não apenas a interrupção de uma gestação, mas a negação simbólica da própria maternidade como valor. O corpo que gera passou a ser visto como cárcere. O filho, como ameaça à autonomia. O ventre, como espaço político que deve ser descolonizado. E assim, progressivamente, a mulher é exilada de si mesma, da sua potência geradora, em nome de uma emancipação que a torna, ironicamente, estéril.

As consequências não são apenas privadas. A civilização que desacredita a maternidade implode por dentro. O Estado cresce para ocupar o vácuo deixado pelos lares esvaziados. A educação contemporânea reflete a mudança estrutural na família, com a ausência física das mães, que, ao buscarem independência e sustentar seus filhos, são impulsionadas a trabalhar fora de casa.

Essa conquista social, embora positiva, resultou na terceirização do cuidado e da educação, fragmentando os laços familiares. A presença materna, essencial na construção de valores e vínculos afetivos, está sendo progressivamente substituída por instituições e profissionais, sem o mesmo calor humano. O preço dessa transformação é um processo de socialização cada vez mais impessoal, que desvia da profundidade dos laços familiares, impactando a formação emocional e afetiva das crianças.

Já não se educa, não se sacrifica, não se transmite: apenas se consome experiências afetivas. A mãe reborn, nesse contexto, é o retrato kitsch de uma sociedade que substituiu o sangue pelo silicone, a biologia pela ideologia, o vínculo pela vaidade. E nos próximos Dia das Mães, nessa nova ordem simbólica, será convertido em data publicitária, em afeto performático — e, sobretudo, em silêncio: um silêncio que nos impede de nomear a tragédia cultural que se desenrola diante dos nossos olhos. Queira Deus que eu estejamos errados.

A frase que foi pronunciada: “O fato de bebê reborn ter se tornado um assunto tão premente fala mais de nós do que das pessoas que têm esses bebês.” (Daniel Barros)

Agência Senado: Caberá à União, estados, DF e municípios a tarefa de “zelar pela segurança cibernética de serviços públicos”, inclusive competência concorrente para legislar sobre normas de segurança cibernética aplicáveis à prestação de serviços públicos. O texto sobre o assunto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.

Recado: Qualquer festividade na Praça dos Três Poderes terá que respeitar o piso de pedra portuguesa. As pessoas parecem não dar valor ao que é patrimônio da humanidade, coisa que se começa pela base.

Belo passeio: No portal turismomalunga.com.br, o brasiliense pode se inscrever para fazer visita turística no local. Sem complicações.


Circe Cunha e Mamfil – Coluna “Visto, lido e ouvido “ – Ari Cunha - Imagem: TikTok/Reprodução - Praça dos 3 Poderes. Fotos: Tony Winston/Agência Brasília/Divulgação - publicada no site oficial da Fazenda Malunga – Correio Braziliense


1 Comentários

  1. Parabéns amigos que amo: Circe e Manfil. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏

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