Campanha da Secretaria de Justiça e Cidadania une solidariedade, sustentabilidade e ressocialização ao transformar peças doadas por escolas particulares em roupinhas e bolsas para gestantes e mães de bebês atendidas pelo programa Nasce uma Estrela
Um gesto simples, mas cheio de significado: transformar uniformes escolares esquecidos em armários em roupinhas e enxovais para bebês. Assim nasceu, em maio deste ano, a campanha Educação Vem do Berço, da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) — uma iniciativa que costura solidariedade, sustentabilidade e reintegração social em cada ponto de suas criações.
Desde o lançamento, mais de 3 mil uniformes escolares já foram arrecadados. As peças, doadas por dezenas de escolas particulares de ensino do DF, ganharam um novo destino: se transformaram em centenas de roupinhas infantis e itens de enxoval, como mantas, bolsas, pijamas, conjuntos, shorts, saias, meias e luvas.
Esses kits são entregues com todo carinho a gestantes e mães de recém-nascidos em situação de vulnerabilidade social, especialmente as participantes do programa Nasce uma Estrela, também coordenado pela Sejus-DF.
Como funciona a campanha: As escolas que aderem à iniciativa recebem caixas personalizadas com a marca da campanha. Nelas, alunos, pais e professores podem depositar os uniformes que já não são mais utilizados.
Em seguida, as doações são encaminhadas à Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do DF (Funap/DF), onde ocorre um trabalho minucioso. As roupas passam por um processo de descaracterização, que remove logomarcas e símbolos escolares. Depois, são adaptadas e transformadas em peças infantis, confortáveis e seguras.
Cada camisa ou agasalho pode dar origem a duas ou três novas peças. E todo esse processo é realizado com dedicação e técnica por homens e mulheres privados de liberdade, que encontram na oficina de costura da Funap uma oportunidade de aprendizado, renda e reconstrução pessoal. Atualmente, 42 reeducandos e reeducandas participam das confecções dos diversos projetos da Sejus — sendo 25 costureiras na Penitenciária Feminina do DF (PFDF), 7 costureiros no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e 10 na sede da Fundação, no SIA.
“Esse trabalho representa a mudança das nossas vidas. Além disso, é muito gratificante saber que esse meu esforço vai ajudar tantas crianças”, conta Leonardo (nome fictício), 29 anos, reeducando do sistema semiaberto, responsável pelo corte das peças.
De coração para coração:As bolsas de enxoval são montadas com todo cuidado. Além das roupinhas confeccionadas a partir dos uniformes, incluem itens básicos de higiene, como fraldas e sabonetes, e outros acessórios úteis para os primeiros meses de vida dos bebês.
