test banner

O Brasil invertido que protege o ladrão

O Brasil invertido que protege o ladrão 

As lojas Havan estavam filmando aqueles que praticavam furtos na sua loja, e depois expunha as imagens, para todos saberem quem eram os ladrões. Assim, as pessoas poderiam tomar cuidado com eles quando entrassem em outras lojas, ou se eles quisessem fazer negócio, ou se relacionar com alguém, os demais saberiam que aquele indivíduo era mau caráter, desonesto. Pois o Ministério Público de Santa Catarina reclamou da Havan, disse que a rede estava expondo as pessoas, enquadrou nas leis de proteção de imagem, mandou o caso para a Agência Nacional de Proteção de Dados, para quê? Para proteger a imagem dos que furtam! Como no Brasil está tudo invertido, a agência mandou tirar. Enquanto a Havan estava fazendo isso, verificou-se que os casos de furto caíram pela metade. Agora, eles dobraram, e voltaram a ser como antes. O Brasil gratifica o ladrão. E aí não tem jeito, nunca teremos um futuro. Não somos apenas nós que perdemos com isso, mas nossos filhos, netos e bisnetos. 


Ex-presidente da Funai está sendo punido por cumprir seu dever: Outro caso em que está tudo invertido: um dos mais eficientes e corretos presidentes que a Funai já teve, o delegado da PF Marcelo Augusto Xavier da Silva, cujo trabalho honesto e sério eu acompanhei, foi condenado pela Justiça Federal, em Manaus, a dez anos de prisão por denunciação caluniosa – a defesa entrará com recurso. O caso envolve o projeto de uma linha de transmissão de eletricidade de Manaus para Boa Vista. Hoje, Roraima depende da energia elétrica da Venezuela, porque não pode aproveitar o maravilhoso potencial hidrelétrico do estado. Roraima tem potencial para não depender de ninguém, e ainda abastecer o Amazonas e vender as sobras para a Venezuela. Mas, como disse, o Brasil é invertido. Para a linha passar pelo território Waimiri-Atroari, haveria indenização para os índios, e ele pediu para a Polícia Federal investigar se havia funcionários da Funai em algum esquema de rachadinha com a indenização. Foi isso que ele fez: cumpriu o seu dever. E está sendo punido por isso. 


Por que tanto empenho para impedir o irmão de Lula de depor na CPMI do INSS? CPMI do INSS, que investiga o colossal roubo de R$ 6 bilhões, tirados de 2,3 milhões de idosos, tem 11 requerimentos pedindo a convocação do irmão de Lula, conhecido como Frei Chico, para que ele deponha. Ele é vice-presidente de uma entidade chamada Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi), que está com R$ 390 milhões em bens bloqueados a pedido da Polícia Federal, em decisão do ministro André Mendonça, relator no Supremo. O bloqueio atingiu o presidente, mas não o vice. No entanto, quando o sindicato refez um acordo com o INSS, omitiu que José Ferreira da Silva, o tal Frei Chico, estivesse na diretoria. E o que fez o governo? Inundou a CPMI com deputados e senadores governistas, que rejeitaram a convocação do irmão de Lula. 


A grande pergunta é: por quê? Se a pessoa é absolutamente inocente, se não deve nada, pode ir e responder a tudo, sem problema nenhum. Mas esse Deus nos acuda para bloquear o convocação de Frei Chico levanta desconfiança e suspeita, que poderiam ser totalmente afastadas com o depoimento de alguém que nada deve, não é mesmo? 



Alexandre Garcia - (Foto: Imagem criada utilizando Whisk - Gazeta do Povo) 


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem