Vi um militante disfarçado de jornalista dizendo que Bolsonaro sempre foi paranoico. Mas cabe perguntar: se era tudo paranoia, por que ele está preso sem ter cometido crime algum? O bolsonarismo enfrenta a maior máquina de destruição já montada na política nacional.
O sistema se uniu para simplesmente extirpar a direita do jogo político, retornando à velha estratégia das tesouras, quando uma esquerda tucana fingia fazer oposição real ao PT. Na figura de Alexandre de Moraes, esse sistema não mede esforços para destruir Bolsonaro e o movimento que ele ajudou a criar.
É nesse contexto que sua prisão representa um fato novo, ainda que esperado. Será útil para separar o joio do trigo. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, por exemplo, já saiu em defesa da prisão (e pensar que quem criticava essa aliança foi massacrado por uma ala bolsonarista mais xiita).
Só há uma postura aceitável neste momento: defender a anistia ampla, geral e irrestrita. Bolsonaro é um preso político — mais um. E a única forma de pacificar o país é soltar os presos políticos. Todos! Isso e interromper a perseguição implacável aos direitistas, parar com a censura.
Mais fácil falar do que fazer, sem dúvida. Mas essa, ao menos, deve ser a meta — a única meta — dos conservadores agora. Para o cientista político e consultor eleitoral Paulo Kramer, a oposição não tem alternativa melhor senão manter a pressão pela anistia ampla, geral e irrestrita, evitando enfraquecer suas posições. “O mais prudente é resistir à tentação de aceitar de imediato as propostas de dosimetria, como ocorreu no episódio da aprovação da chamada PEC da Blindagem, que acabou não resultando na urgência da anistia”, disse.
Tomara que a cavalaria do Norte não tenha abandonado de vez o Brasil, apesar da constatação de que a reação à prisão de Bolsonaro foi tímida no próprio país. Se as elites brasileiras não vão resolver seus problemas, não será Trump a trazer uma solução mágica. O tempo urge, e a janela de oportunidade para evitar o pior — como o destino venezuelano — está se fechando. A hora de agir, com união em torno de uma causa única, é agora.



