Até a pesquisa Quaest, alinhada ao governo, atesta: só a esquerda ficou contra a megaoperação no Rio. É a turma da bolha, do cabelo vermelho, da narcoafetividade, aquele pessoal que quer continuar frequentando o apartamento do Caetano. Ocorre que quem demonstra verdadeira empatia compreendeu que o povo da favela não aguenta mais viver subjugado. Adolfo Sachsida comentou:
Por razões difíceis de compreender, essa bolha — o beautiful people — parece ter extrema dificuldade em enxergar a realidade dos fuzis, das granadas e das atrocidades praticadas pelo narcotráfico. Vive-se, para esse grupo, em um mundo invertido: o bandido vira mocinho, e o policial, vilão. Não bastasse isso, alimenta-se a fantasia de que a população pobre apoia os criminosos e vive em harmonia sob o domínio do tráfico. Para essa narrativa, os traficantes seriam quase empreendedores que buscam apenas “paz para trabalhar”, ignorando — ou fingindo não ver — a violência, o medo e os abusos impostos às comunidades.
Mas esse é o fenômeno da bolha. Grosso modo, oito em cada dez favelados aplaudiram a operação no Rio, enquanto no conforto dos apartamentos da zona sul o número é menor. Diante disso, vários ícones da esquerda tentaram calibrar seu discurso. Até Lula vai cortar os improvisos para falar menos bobagem. E Gilmar Mendes produziu textão nas redes sociais, em que começa tentando ser "equilibrado":
O debate sobre a segurança pública no Brasil é inadiável e deve buscar o equilíbrio entre o necessário enfrentamento das facções criminosas e a redução da letalidade das operações policiais. Esse equilíbrio exige o reconhecimento da importância da atuação das forças de segurança no combate ao crime organizado, com base em inteligência investigativa e na atuação técnica de seus agentes. Ao mesmo tempo, impõe a criação de um protocolo rigoroso de prevenção e responsabilização por abusos, sob fiscalização efetiva das instituições de controle da atividade policial.
Não vamos esquecer, porém, que seu colega Edson Fachin chamou de "tragédia" a operação no Rio e demonstrou solidariedade para com as "vítimas", no caso, os traficantes mortos. Que equilíbrio é possível quando a polícia é recebida com tiros de fuzil? Como dizer que não houve inteligência se a operação contou com meses de planejamento e eliminou várias lideranças de outros estados do Comando Vermelho?
Assim Gilmar conclui seu texto opinativo: "É urgente uma política de segurança efetiva, capaz de enfrentar o crime sem transformar as favelas em campos de guerra e de garantir às populações locais o direito elementar de viver sem medo". Mas ora bolas! As favelas do Rio já são campos de guerra, pois se tratam de territórios dominados pelo crime organizado armado até os dentes com armas de guerra. A população local já vive com medo constante, e por isso aprova operações como esta, para eliminar os que aterrorizam seu cotidiano.
Quem quer continuar fazendo selfie com Caetano, como Gerson Camarotti, terá de condenar a operação para ficar bem na fita da bolha "progressista". Mas a imensa maioria do povo não quer saber do discurso da turma do cabelo vermelho. É guerra! E numa guerra, o objetivo é eliminar o inimigo...




