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Cármen Lúcia quer que tenhamos fé cega na urna eletrônica

Cármen Lúcia quer que tenhamos fé cega na urna eletrônica 

Foi com muita curiosidade que ouvi a ministra Cármen Lúcia falar sobre a apuração da eleição do ano que vem. Sendo jornalista, sou uma pessoa cética; só acredito naquilo do qual eu tenha provas sólidas. Não é questão de fé, de acreditar, porque isso é religião, é outra coisa. Ela disse que são feitas verificações em tudo, nas urnas, nos computadores, na apuração, e que tudo o que foi posto na urna pelo eleitor – ela teve o cuidado de dizer “o eleitor e a eleitora”, que perda de tempo – será apurado. E o que for apurado será “totalizado”, disse ela, querendo dizer que será somado. E que o que for somado será divulgado, garantindo, disse ela, a absoluta confiança no sistema brasileiro, que é um modelo para o mundo.

 

Segundo a própria Justiça Eleitoral, só 16 países acompanham o Brasil. Há quem diga que são apenas Butão e Bangladesh, mas a Justiça Eleitoral diz que são 16 países que não têm comprovante. O comprovante impresso já foi aprovado no Congresso mais de uma vez; esquerda e direita já propuseram isso, principalmente o PDT, Flávio Dino, Leonel Brizola, o neto do Brizola, Roberto Requião. Todos sentiram a necessidade de haver um comprovante no caso de uma dúvida, e eu mantenho essa ideia. Eu preciso saber. Imaginem, se eu não consigo entender, como é que alguém com menos curiosidade que eu terá certeza de que seu voto foi realmente apurado, somado, computado e anunciado? 


Tribunais superiores da Europa já decidiram que isso é inaceitável; é preciso que o eleitor entenda que seu voto foi apurado e tenha confiança na apuração. A eleição na Aprosoja, por exemplo, é via digital, mas cai o papelzinho ao lado. Se houver dúvida, conferem no papelzinho. Sei que a ministra Cármen Lúcia tem boa intenção, mas é como se um pregador estivesse no púlpito, dizendo coisas em que eu devo acreditar, mas na base da fé. Só que, quando se trata de eleição, eu preciso da prova para eliminar meu ceticismo natural de jornalista.

  

Sem exigência de autoescola para tirar CNH, preparem-se para mais perigo no trânsitoComo eu havia previsto, na segunda-feira foi anunciada a resolução que deixa de lado a exigência de 20 horas-aula em autoescola para tirar a Carteira Nacional de Habilitação. Exige-se duas horas, e não necessariamente em autoescola; pode ser com um instrutor credenciado. Fico preocupado porque com a autoescola as pessoas já não aprendem a dar sinal de mudança de direção, por exemplo. Dão sinal quando já estão mudando a direção, e aí não adianta nada. Seta serve para avisar a nossa intenção para quem vem na frente, quem vem ao lado, quem vem atrás, o pedestre, quem está esperando para entrar na rua. Tem de ser um reflexo. Eu dirijo desde 1960 e uso cinto desde 1967, quando nem era obrigatório, porque tinha consciência da segurança. Para mim já é um reflexo: eu não preciso decidir que vou ligar a seta; sai automaticamente, da medula, não sai do cérebro. Dirigir é isso: você tem de sentir as quatro rodas. Se pegou uma pedrinha, você sentiu que a roda esquerda dianteira pegou aquela pedrinha. Isso é saber dirigir. Estou preocupado, se os acidentes não vão aumentar a partir de agora; parece que com 65 anos de experiência na direção eu posso dizer isso. 


Droga é item importante da pauta de exportação brasileiraO ministro do STF André Mendonça revelou uma conversa que ele teve com o embaixador dos Estados Unidos quando era ministro da Segurança Pública e Justiça. O embaixador perguntou para Mendonça se ele sabia qual é a terceira commodity de exportação do Brasil; o ministro respondeu que não e o embaixador disse “droga”. Ou seja, minério de ferro, soja e droga. E essa revelação vem no momento em que Donald Trump está todo dia falando da necessidade de conter a entrada de droga nos Estados Unidos. E agora, graças à COP, todos sabemos (antes, só poucos sabiam; eu já sabia havia muito tempo) que as facções criminosas nacionais e estrangeiras, mexicanas, peruanas, colombianas, venezuelanas, estão dentro da Amazônia brasileira, enquanto o Brasil faz discurso marqueteiro de soberania. 



Alexandre Garcia - (Foto: Antonio Augusto/STF) - Gazeta do Povo 


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