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Barbosa, o inadequado


João Gualberto Jr. (Tribuna da Internet)
Joaquim Barbosa está mais para juiz ou para justiceiro? Pende mais para a letra fria do direito ou para o paladino da moralidade pública? De outra forma: Barbosa está mais para juiz ou para estadista, aquele que manipula e subjuga as instituições em favor de um objetivo (supostamente) comum e benéfico ao próprio Estado?
Eis o x da questão: ele talvez esteja militando na arena imprópria. Parece querer atingir a justiça fazendo política. Para o bem de todos, inclusive da Justiça e da política, deveria pendurar a toga e se filiar a um partido. Não teria mais necessidade, portanto, de sustentar a máscara regimental que é a mais pedida do povão há três carnavais.
Barbosa é o homem que conseguiu direcionar o interesse da massa pelo Olimpo. Um feito! Tornou-se ministro pop, herói dos fracos e oprimidos, Batman do direito. Mas tal status é bom e justo? Espelhar no povo sua atuação pública é virtude do político, sem dúvida, mas não de um membro do Supremo Tribunal Federal.
Barbosa talvez tenha querido inaugurar um novo método jurídico, temperado pelo fígado, e não pela razão amparada na lei. “Foi feito para isso, sim”, admitiu, quando provocado por um colega se teria majorado a dosimetria referente ao crime de formação de quadrilha aplicada aos condenados no mensalão para que eles somassem uma pena de pelo menos oito anos e, assim, executável somente no regime fechado. Ora, foi um critério heterodoxo, para dizer o mínimo.
O colega em questão, Luís Roberto Barroso, por pouco não foi impedido de concluir seu voto pelo presidente da Corte, que, após muito tremelicar na cadeira, iniciou seu achaque costumeiro. Acusou o novato do plenário de utilizar critérios políticos ao reverter a condenação de oito réus por formação quadrilha.
Na manhã seguinte, quando o embargo acabara de ser julgado e a reversão estava consumada, lamentou o “trabalho jogado por terra” em respeito a “argumentos pífios”. E se sentiu no direito de fazer ao Brasil um alerta sobre os efeitos nocivos que adviriam em razão de uma “maioria de circunstância” formada na Corte. Onde já se viu uma coisa dessas? Como pode o presidente de um tribunal, mais do que comentar, criticar a decisão do pleno e, assim, desrespeitar os colegas?
Antidemocrático é pouco. Barbosa é inadequado à Justiça. Irascível, passional, biliar, imprevisível, chiliquento, político, enfim, fonte repleta de qualidades emocionais. Por seu comportamento, apresentado ao país desde que soltou no plenário a pérola “vossa excelência não está falando com os seus capangas do Mato Grosso”, o magistrado aponta para o caminho do palanque.
Lá, na arena do povo, poderá debater com o apropriado histrionismo o destino da nação. (transcrito de O Tempo)

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