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CONFORME JÁ ERA ESPERADO, LULA ABANDONOU DILMA

Carlos Newton
Há mais de um ano temos publicado aqui na Tribuna da Internet as brigas e os desentendimentos entre o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff. Justiça se faça: os dois sempre buscaram manter as aparências e jamais divergiam publicamente, mas nos bastidores “o bicho pegava”, como se diz no linguajar do ministro Gilberto Carvalho, que Lula colocou no Palácio do Planalto para controlar o governo de Dilma.
As divergências começaram logo após a eleição dela, em 2010, quando Lula assumiu a transição e nomeou praticamente o ministério inteiro. Sem respaldo de ninguém, sem conhecer ninguém na base aliada, Dilma não conseguiu nomear nenhum ministro importante e ainda teve de aturar Guido Mantega na Fazenda por quatro anos. O máximo que Dilma conseguiu foi indicar o economista Nelson Barbosa para a secretaria-geral do Ministério, onde ele passou dois anos e meio às turras com Mantega, até jogar a toalha e pedir demissão em junho de 2013.
Em outubro de 2011 Lula foi diagnosticado com câncer e Dilma pôde sentir o prazer de governar sozinha. Mas Lula se curou e voltou a interferir. O relacionamento dos dois então foi se tornando insuportável e Dilma começou se soltar. Nunca conseguiu mexer em Mantega, mas começou a nomear um ministro ou outro, como Aloizio Mercadante, odiado por Lula, que o boicotou o tempo todo no PT, até praticamente inviabilizar a carreira política dele. Lula engoliu calado.
O CASO ROSEMARY
A presidente Dilma Rousseff só ganhou mais autonomia (independência, jamais!) a partir de novembro de 2011, quando veio à tona o caso amoroso de Lula com Rosemary Noronha, chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo. O escândalo das 21 luas de mel a bordo do Aerolula veio a calhar para Dilma, porque Lula teve de sumir do mapa, passando a evitar entrevistas e contatos com jornalistas.
Dilma enfim ficou governando sozinha e ganhou força para pleitear a candidatura e enfrentar o movimento “Volta, Lula”, que era apoiado por 9 em cada 10 petistas. Lula queria voltar, mas pegava mal tirar de Dilma o direito à reeleição. E a presidente reagiu com força total: para enfraquecer Lula e tirá-lo do caminho, o Planalto mandou a Comissão de Ética e a Corregedoria Geral da República investigarem a vida de Rosemary. Ao mesmo tempo, o governo passou a “vazar” notícias desabonadoras sobre Rosemary Noronha, publicadas em O Globo por Vinicius Sassine e na Veja por Robson Bonin, que receberam essas denúncias com exclusividade e as aproveitaram, claro. Lula engoliu calado.
SUMIDO NA CAMPANHA
Hoje, Lula e Dilma se odeiam. Durante o primeiro turno, ele ainda manteve as aparências, para não pegar mal. Gravou participações para a TV e foi a alguns Estados, mas seu interesse maior era apoiar os candidatos a governador.
No segundo turno, Lula chutou o balde e sumiu da campanha. Até agora, não gravou nada para o programa eleitoral e sua única aparição (usando uma suéter branca) foi um aproveitamento das filmagens feitas ainda no primeiro turno. Como todos sabem, o ex-presidente não tem aparecido nos eventos da agenda de campanha da candidata, nem mesmo em São Paulo, onde ele continua morando e não custava nada comparecer.
Traduzindo: se depender de Lula, Dilma não se elege nem mesmo síndica de condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida. Ainda mais depois do desastrado desempenho da candidata contra Aécio Neves, no debate pela TV.

Extraído do Portal Tribuna da Internet 

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