Vista área do Lago Paranoá – Foto: Reprodução/Internet |
O volume
baixo do Lago Paranoá, típico do período de estiagem, e a temperatura alta
desta época do ano também ajudaram na proliferação das cianobactérias no Lago
Paranoá. Entretanto, a poluição não assustou alguns usuários. Embaixo da ponte
Honestino Guimarães, uma família inteira aproveitava para tomar banho nas águas
durante a manhã de ontem. Ao serem questionados sobre a contaminação, os
banhistas afirmaram saber do ocorrido, mas garantiram não se preocupar.
Há também
quem duvide da extensão da poluição. Gilmar Ferreira Gomes, 49 anos, mais
conhecido como Gilmarzinho Pescador, vive da pesca há 40 anos. “Não tenho
estudo, a minha vida eu ganho com a natureza. Aprendi o que eu faço com 8 anos
e não parei desde então”, afirma. Natural de Minas Gerais, o homem chegou a
Brasília há três anos. “Nesta época, sempre aparecem peixes mortos. Não vai ser
agora que vou parar”, desafia.
Morador de uma invasão próxima do
lago, Gilmarzinho conta que só tem essa fonte de renda. “Pego peixe a semana
inteira e vendo para os compradores que vem aqui.” De acordo com o pescador, são
mais de 30kg capturados diariamente. “Temos um grupo de 20 pessoas que vivem
disso. Esse negócio de contaminação não pode ser verdade.” Ele explica que os
interessados compram a mercadoria e comercializam em feiras. “Meu único medo é
de proibirem nosso trabalho. Se isso acontecer, espero que o governo não deixe
a gente desamparado.”
Fonte: Correio Braziliense