Eduardo Campos iniciou a trilha rumo à Presidência da República em Ceilândia, em 6 de julho. Na região carente, ele conversou com moradores, visitou casas e conquistou a comunidade com muita simpatia.
Acompanhado de Marina Silva, o presidenciável do PSB pediu votos no DF em seu primeiro dia oficial de campanha.
Após cumprir três mandatos de deputado federal, ter sido ministro de Estado e, depois, governador de Pernambuco, Eduardo Campos escolheu o Sol Nascente, em Ceilândia, para dar início à caminhada rumo ao sonho de chegar à Presidência da República. Era 6 de julho, data oficial do começo das eleições, e o Distrito Federal foi o ponto de largada da campanha socialista. Quando trabalhou no Congresso Nacional, Eduardo morou em Brasília por 12 anos, mas nunca havia ido àquela favela. O lixo era visível e o esgoto corria a céu aberto. O então candidato andou pelas ruas de chão batido, comeu um churrasquinho à venda na esquina e visitou comerciantes e moradores. A certa altura, um amontoado de lixo e poças de lama no meio do percurso impediam a passagem do grupo e Campos ali parou. Ao lado de Marina Silva (PSB), discursou para a militância e prometeu, apontando para o cenário que o rodeava, que brigaria pela regularização e por melhores condições para a região.
Quando soube da morte do ex-governador, logo após o almoço da última quarta-feira, Luciana Pereira, 29 anos, dona de uma banca de frutas, não acreditou que se tratava “daquele homem bonito”. “Disseram que ele tinha morrido e nem dei bola, pois, pelo nome, não sabia quem era. Mas, no momento em que vi a foto, lembrei dele, que nos visitou mês passado”, recorda. Naquele dia, Campos foi à banca da Luciana, conversou com a feirante e pediu a confiança da eleitora para chefiar o Brasil. “Tinha muita gente em volta, estava tumultuado, mas, ainda assim, ele parou para conversar comigo. Não gosto muito de político, mas adorei a atenção que ele dava a todos”, admite.
Visita inesperada
Naquele domingo ensolarado, a dona de casa Cristine Maria da Conceição, 56 anos, estava cozinhando no momento em que viu um grande movimento na rua. Quando foi até o portão ver o que acontecia, deparou-se com Eduardo Campos. Ele, de imediato, se dirigiu à senhora, que o convidou para entrar. “Ele aceitou o convite e ficou na parte da frente da minha casa. Sentou no sofá e ficou aqui por mais ou menos 15 minutos”, conta. Até então, ela não sabia em quem votar para presidente, mas o pernambucano a convenceu. “Era uma pessoa muito simples. Meu lar é humilde, mas ele entrou aqui e se sentou sem fazer cerimônia. Fiquei encantada com as ideias que apresentou e com a empolgação que demonstrava”, lembra.
O vigilante José Pereira, 63 anos, marido de Cristine, nunca imaginou que um presidenciável visitaria sua casa simples. Quando viu quem a esposa havia convidado para entrar, ficou impressionado. “Eu acompanho política. Sabia de quem se tratava”, garante. Na véspera da morte de Campos, ele assistiu à entrevista do candidato no Jornal Nacional, da Rede Globo. E gostou do que ouviu. “Antes da eleição, eu não sabia em quem votar. Mas depois que ele visitou minha casa e teve um belo desempenho na entrevista, percebi que era o mais preparado para o cargo”, ressalta. Quando soube da morte, pelo rádio, custou a acreditar na notícia. “Um dia antes ele estava na tevê, cheio de saúde. Demorou a cair a ficha.”
Até a visita da comitiva socialista ao Sol Nascente, a gerente de supermercado Alexandra Dutra, 38 anos, não sabia quem era o ex-governador pernambucano. No dia em que Eduardo esteve lá, Alexandra estava trabalhando e viu uma grande mobilização na rua. Procurou saber quem era e foi informada de que se tratava de Eduardo Campos. Ela, na mesma hora, retrucou: “E eu com isso? Não sei nem quem é”, disse. Quando o candidato entrou no mercado e falou com todos os funcionários, no entanto, ela mudou de opinião. “Parecia um ator de novela. Era alto, bonito, tinha os olhos claros. Fiquei encantada por aquele homem e fui saber mais da vida dele. Quando li sobre ele, gostei ainda mais e decidi meu voto”, admite.
Lanche
Morador do P Norte, na Ceilândia, Santana recebeu Eduardo Campos e Marina Silva. A visita, que deveria ser rápida, durou bastante. “O papo estava muito bom e ficamos. Ele e Marina foram sair daqui quase duas horas depois”, recorda Santana. Naquele dia, ele ofereceu um lanche para os correligionários — empadão e salada — e lembra com orgulho a visita que recebeu. “Foi uma enorme honra”, destaca.
Por: Matheus Teixeira - Correio Braziliense - 17/08/2014
Acompanhado de Marina Silva, o presidenciável do PSB pediu votos no DF em seu primeiro dia oficial de campanha.
Após cumprir três mandatos de deputado federal, ter sido ministro de Estado e, depois, governador de Pernambuco, Eduardo Campos escolheu o Sol Nascente, em Ceilândia, para dar início à caminhada rumo ao sonho de chegar à Presidência da República. Era 6 de julho, data oficial do começo das eleições, e o Distrito Federal foi o ponto de largada da campanha socialista. Quando trabalhou no Congresso Nacional, Eduardo morou em Brasília por 12 anos, mas nunca havia ido àquela favela. O lixo era visível e o esgoto corria a céu aberto. O então candidato andou pelas ruas de chão batido, comeu um churrasquinho à venda na esquina e visitou comerciantes e moradores. A certa altura, um amontoado de lixo e poças de lama no meio do percurso impediam a passagem do grupo e Campos ali parou. Ao lado de Marina Silva (PSB), discursou para a militância e prometeu, apontando para o cenário que o rodeava, que brigaria pela regularização e por melhores condições para a região.
Quando soube da morte do ex-governador, logo após o almoço da última quarta-feira, Luciana Pereira, 29 anos, dona de uma banca de frutas, não acreditou que se tratava “daquele homem bonito”. “Disseram que ele tinha morrido e nem dei bola, pois, pelo nome, não sabia quem era. Mas, no momento em que vi a foto, lembrei dele, que nos visitou mês passado”, recorda. Naquele dia, Campos foi à banca da Luciana, conversou com a feirante e pediu a confiança da eleitora para chefiar o Brasil. “Tinha muita gente em volta, estava tumultuado, mas, ainda assim, ele parou para conversar comigo. Não gosto muito de político, mas adorei a atenção que ele dava a todos”, admite.
Visita inesperada
Naquele domingo ensolarado, a dona de casa Cristine Maria da Conceição, 56 anos, estava cozinhando no momento em que viu um grande movimento na rua. Quando foi até o portão ver o que acontecia, deparou-se com Eduardo Campos. Ele, de imediato, se dirigiu à senhora, que o convidou para entrar. “Ele aceitou o convite e ficou na parte da frente da minha casa. Sentou no sofá e ficou aqui por mais ou menos 15 minutos”, conta. Até então, ela não sabia em quem votar para presidente, mas o pernambucano a convenceu. “Era uma pessoa muito simples. Meu lar é humilde, mas ele entrou aqui e se sentou sem fazer cerimônia. Fiquei encantada com as ideias que apresentou e com a empolgação que demonstrava”, lembra.
O vigilante José Pereira, 63 anos, marido de Cristine, nunca imaginou que um presidenciável visitaria sua casa simples. Quando viu quem a esposa havia convidado para entrar, ficou impressionado. “Eu acompanho política. Sabia de quem se tratava”, garante. Na véspera da morte de Campos, ele assistiu à entrevista do candidato no Jornal Nacional, da Rede Globo. E gostou do que ouviu. “Antes da eleição, eu não sabia em quem votar. Mas depois que ele visitou minha casa e teve um belo desempenho na entrevista, percebi que era o mais preparado para o cargo”, ressalta. Quando soube da morte, pelo rádio, custou a acreditar na notícia. “Um dia antes ele estava na tevê, cheio de saúde. Demorou a cair a ficha.”
Até a visita da comitiva socialista ao Sol Nascente, a gerente de supermercado Alexandra Dutra, 38 anos, não sabia quem era o ex-governador pernambucano. No dia em que Eduardo esteve lá, Alexandra estava trabalhando e viu uma grande mobilização na rua. Procurou saber quem era e foi informada de que se tratava de Eduardo Campos. Ela, na mesma hora, retrucou: “E eu com isso? Não sei nem quem é”, disse. Quando o candidato entrou no mercado e falou com todos os funcionários, no entanto, ela mudou de opinião. “Parecia um ator de novela. Era alto, bonito, tinha os olhos claros. Fiquei encantada por aquele homem e fui saber mais da vida dele. Quando li sobre ele, gostei ainda mais e decidi meu voto”, admite.
Lanche
Morador do P Norte, na Ceilândia, Santana recebeu Eduardo Campos e Marina Silva. A visita, que deveria ser rápida, durou bastante. “O papo estava muito bom e ficamos. Ele e Marina foram sair daqui quase duas horas depois”, recorda Santana. Naquele dia, ele ofereceu um lanche para os correligionários — empadão e salada — e lembra com orgulho a visita que recebeu. “Foi uma enorme honra”, destaca.
Por: Matheus Teixeira - Correio Braziliense - 17/08/2014

