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Tragédia nas eleições » Tristeza e oração no comitê

Militantes se reúnem no Setor Comercial Sul para homenagear Eduardo Campos. Integrantes da aliança entre o PSB e a Rede, legenda de Marina Silva, lamentam a perda de um candidato que representava renovação e modernidade.

Em Brasília, uma das homenagens ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ocorreu em frente ao comitê central da aliança do PSB no Distrito Federal. No Setor Comercial Sul, militantes do partido se reuniram, no fim da tarde de ontem, e fizeram uma oração. Juntos, deram as mãos, rezaram um Pai-Nosso e repetiram a frase que o ex-governador costumava dizer: “Não vamos desistir do Brasil”. 

Marcelo Dourado, coordenador da campanha de Eduardo Campos e Marina Silva no Distrito Federal, esteve presente e lamentou a morte do ex-presidente nacional do partido. “A grande perda é para o país. Eu, que acredito nesse projeto, sinto pela falta que Campos fará na construção de uma nova política e nas reformas de que o Brasil tanto precisa”, ressaltou. 

A porta-voz da Rede no DF, Jane Vilas Boas, conhecia o piloto do avião e, inclusive, já havia viajado na aeronave algumas vezes, ao lado do ex-presidenciável. “Foi impactante ver a cena do avião no chão”, lembrou. Durante a oração, Jane recordou parte da trajetória e destacou as qualidades do socialista. “Era impressionante a forma como ele ouvia e processava nossas conversas. Sempre foi muito aberto ao diálogo e às mudanças”, disse. Ela acompanhou a agenda de Campos, quando ele esteve em Brasília na semana passada para sabatina na Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA). “Mesmo no meio de grandes agricultores, ele não deixou de defender a proteção ambiental. Sinto muito a perda do líder, pois a gente projetava muita esperança na figura do ex-governador (de Pernambuco)”, destacou. 


Militantes (E) rezaram o pai-nosso no comitê central da aliança do PSB no DF, onde a bandeira do partido foi colocada a meio mastro.

“Méritos próprios” 

O coordenador do programa de governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), o professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Salles, é filiado ao PSB há 30 anos. Ele contou que Campos era muito bem-visto dentro da sigla. Mesmo o ex-governador sendo herdeiro do fundador da legenda, Miguel Arraes, Salles destacou que ele conquistou seu espaço não pela ligação familiar, mas, sim, pela capacidade de diálogo e liderança. “Chegou aonde chegou por méritos próprios. Ele trouxe uma renovação muito forte à sigla, com posturas modernas e desempenhando um papel favorável ao debate político”, disse. 

A ex-senadora Marina Silva tinha o projeto de fundar um partido para concorrer à Presidência da República nesta eleição. Com o pedido de criação da sigla negado pela Justiça, ela decidiu se aliar ao PSB, a fim de não ficar fora da disputa. O coordenador executivo da Rede no DF, Marcos Woortman, lembrou da união entre os grupos políticos, que só existiu por causa do ex-governador. “Não fosse ele, não estaríamos juntos nesse pleito. Era um homem incrível e tinha tudo para chegar à Presidência”, afirmou.


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Por: Arthur Paganini - Matheus Texeira - Kelly Almeida - Correio Braziliense - 14/08/2014

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