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CRISE NO GDF » Entre protestos e greves

Parte dos servidores da Saúde voltou a trabalhar ontem, mas os terceirizados se manifestaram em três pontos do DF. Hoje, eles realizam uma nova assembleia em frente ao Palácio do Buriti. Cooperativas de ônibus seguem paradas

Por: Isa Stacciarini - Roberta Pinheiro - Correio Braziliense Publicação: 11/12/2014 

Servidores da Saúde saíram às ruas a fim de pedir que o pagamento dos aposentados seja depositado (Bruno Peres/CB/D.A Press)
Servidores da Saúde saíram às ruas a fim de pedir que o pagamento dos aposentados seja depositado

A 20 dias do fim da atual gestão Agnelo Queiroz, o GDF enfrenta dívidas acumuladas com diferentes categorias de trabalhadores. Desta vez, após o pagamento atrasado dos cerca de 50 mil professores e parte dos servidores da saúde, funcionários terceirizados resolveram parar. Por falta de pagamento, 12 empresas não têm previsão de quando vão normalizar os serviços. Os trabalhadores atuam nas áreas de limpeza em escolas, hospitais e órgãos da administração pública, além de setores de merenda, recepção e conservação dos centros educacionais. Ontem, a categoria reivindicou e pediu que os benefícios, além do salário, sejam devidamente pagos. Eles bloquearam o Eixo Monumental, o balão de acesso ao Recanto das Emas e a BR-080 na altura de Brazlândia.

Para hoje, às 9h, a entidade de classe programou um novo ato público em frente ao Palácio do Buriti. Ao todo, são quase 70 mil terceirizados no DF, mas 30 mil trabalhadores estão com remuneração atrasada, tíquete-alimentação e vale-transporte vencidos. Eles ainda temem não receber o 13º salário. Os empregados estão há sete dias sem pagamento. Enquanto o salário não entra, as dívidas se acumulam e os juros aumentam.
Terceirizados em Brazlândia: trabalhadores estão há sete dias sem pagamento (Breno Fortes/CB/D.A Press)
Terceirizados em Brazlândia: trabalhadores estão há sete dias sem pagamento

Sem previsão
Os funcionários disseram que entraram em contato com as empresas e foram informados que não há previsão de pagamento, pois a parte patronal está há quatro meses sem o repasse do GDF. A merendeira Devina Cândida, 35 anos, trabalha na Escola Classe 308 do Recanto das Emas há quatro anos e disse que tem enfrentado uma situação dramática. “É um sofrimento sem fim. Hoje, a gente não pode ter carro porque não dá conta de pagar a prestação de veículo. Tenho casa financiada e estou com medo de ser despejada, já que a prestação está atrasada”, definiu.

O diretor do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços), Eli Carlos Rocha, explicou que não há previsão de pagamento aos funcionários. Por isso, segundo ele, os serviços continuarão parados. “Os funcionários terceirizados exercem uma atividade essencial e todos os trabalhadores lutam para receber”, alegou. 

Ontem, uma comissão formada por três funcionários e quatro representantes do sindicato se reuniu com integrantes da Secretaria de Governo e da Secretaria da Fazenda. Por meio de nota, o sindicato informou que governador Agnelo Queiroz pediu uma solução imediata para garantir o pagamento. Segundo a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), uma nota de empenho foi emitida para o pagamento da empresa e o débito será liquidado nos próximos dias, mas não informou quando. 

A Secretaria de Educação (SEDF) alegou que os salários dos terceirizados são pagos pelas empresas contratantes, portanto, são elas as responsáveis por responder pelos valores. O secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda, disse que a responsabilidade de pagamento de servidores terceirizados contidas em contratos são com empresas às quais eles são relacionadas. “O GDF busca recursos para sanar problemas contratuais entre governo e empresas”, esclareceu.

Em espera
Profissionais da área de Saúde permanecem em greve até que o pagamento dos 10 mil servidores aposentados seja creditado. Em assembleia na manhã de ontem, no Hospital de Base, a categoria reforçou a paralisação dos serviços inclusive porque não recebeu horas-extras, férias e 13º salário. Outros profissionais ativos alegam terem embolsado apenas metade da remuneração. Na manhã de hoje, às 10h, uma nova reunião será realizada no corredor 5 do Hospital de Base.

A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal (SindSaúde), Marli Rodrigues, disse que a promessa do GDF era acertar todas as dívidas. “O entendimento é que, se o governo não pagou a todos, então, não cumpriu com as condições determinadas pelos trabalhadores para que a greve fosse finalizada”, explicou. Durante a interrupção dos serviços, consultas, exames e procedimentos ambulatoriais estão suspensos. Permanecem apenas os atendimentos em áreas emergenciais e internação.

Por nota, a SES informou que os serviços estão parcialmente paralisados. Segundo Wilmar Lacerda, o GDF empenhou aproximadamente R$ 85 milhões para o BRB pagar pensionistas e aposentados da Saúde. O dinheiro estará disponível amanhã na conta dos servidores, segundo a Secretaria de Administração Pública.

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