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GOVERNADORES EM FRENTE ÚNICA


Carlos Chagas
Forma-se entre os governadores recém-empossados uma espécie de frente única destinada a fazer baixar a poeira do conflito verificado entre o Congresso e o governo, de forma a permitir-lhes condições de governabilidade que até agora não conquistaram. Sobrecarregados de dívidas, tanto os eleitos pela primeira vez quanto os reeleitos, eles não puderam sequer iniciar seus projetos de campanha.
Todos os governadores, da oposição e da situação, dependem do palácio do Planalto, mas o acirramento dos ânimos no Executivo, no Legislativo, nos movimentos sociais e na imprensa impede que possam cumprir as promessas de outubro. Muitos já colhem os efeitos iniciais da inação e da impopularidade consequente.
Alguns falam na tomada de posição conjunta, na forma de um apelo em prol da governabilidade, acima e além de opções partidárias. Estariam dispostos a sensibilizar a presidente Dilma, ao mesmo tempo prometendo apoio à pacificação institucional. Trocariam pleitos isolados por um movimento uniforme. Quem sabe dará certo?
UMA VERSÃO EXPLOSIVA
Há nova efervescência na Câmara. O impeachment de Dilma continuará sonho de noite de verão para pequeno grupo de oposicionistas, salvo se aparecer relevante evidência de algum malfeito praticado com conhecimento e autorização da presidente. Pois começaram rumores de estar no BNDES a chave para o inusitado. O outrora organismo de estímulo ao desenvolvimento nacional teria se transformado em instrumento para o enriquecimento fajuto de empreiteiras e de governos africanos, em especial ditaduras, como a Guiné -Equatorial.
O singular nessa suposição é que obras faraônicas são contratadas com a indicação aos africanos das empreiteiras que vão executá-las, com preços superfaturados, ficando o dinheiro do lado de cá do Atlântico, exceção de percentuais destinados a molhar as mãos dos ditadores e até de outros governantes. A confirmar-se versão assim, logo uma CPI começará a funcionar, com resultados explosivos.
MAU CONSELHEIRO
Terá sido do assessor especial Marco Aurélio Garcia o mau conselho dado à presidente Dilma para excluir o novo embaixador da Indonésia da cerimônia de entrega de credenciais, quando já se encontrava no palácio do Planalto. Uma humilhação à qual o governo daquele pais reagiu na hora, mandando voltar seu embaixador. Não pode ter sido do Itamaraty proposta assim tão absurda, ainda que a nossos diplomatas caiba enfrentar a fatura. Já estava designado para Jacarta nosso atual embaixador na Austrália, Rubem Barbosa, agora obrigado a vir para o Brasil.
Madame dá provas de desprezar a política externa e seus executores constitucionais, preferindo a opinião de estranhos no ninho, como Marco Aurélio. Custará muito até que se normalizem as relações com a Indonésia, mercado importante que certamente nos fechará as portas.

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