A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República apertam cada vez
mais o cerco à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, acumulando
provas provas de seu envolvimento direto no esquema de corrupção da Petrobras,
desde a época em que assumiu a Diretoria de Gás e Energia, em setembro de 2007.
E logo em dezembro ela assinou overgonhoso documento propondo “parcerias” para
a Transportadora Gasene, através da criação de uma “Sociedade de Propósito
Específico” (SPE).
A Gasene é uma rede de gasodutos construída entre Rio de Janeiro e
Bahia, passando por Espírito Santo, e esse ato de Graça Foster (ela prefere ser
chamada assim) acabou se tornando mais um escândalo na estatal, com
participação efetiva dela.
O Tribunal de Contas da União já enviou à força-tarefa da Operação Lava
Jato uma cópia de sua auditoria, que aponta superfaturamento superior a 1.800%
em determinados trechos dos gasodutos, além de pagamentos sem a execução dos
serviços e dispensas ilegais de licitação. A gigantesca obra foi tocada pela
estatal chinesa Sinopec, que era contratada da Transportadora Gasene S/A e
fazia as subcontratações das empreiteiras e fornecedores...
A Petrobras (leia-se: Graça Foster) tentou barrar as investigações no
Tribunal de Contas, alegando que a SPE Transportadora Gasene é uma empresa
privada e foi responsável pelo empreendimento. Mas na verdade a estatal teve
total controle da obra e tem a responsabilidade de pagar os financiamentos do
BNDES. A manobra dos advogados da Petrobras não deu resultado, porque já existe
jurisprudência de que o TCU tem competência do órgão para fiscalizar as SPEs.
TCU Mantém investigação
No desespero, Graça Foster pediu que os advogados então tentassem
impedir que o Tribunal de Contas enviasse os documentos à força-tarefa da
Operação Lava Jato, para abafar o escândalo, porque o processo sobre o Gasene
ainda é considerado sigiloso e tramita nas sessões reservadas do TCU.
Mas o plenário do TCU, em sessão aberta, acabou derrubando a tentativa
da Petrobras de barrar as investigações sobre a rede Gasene. No início da
reunião, o ministro-relator André Luís de Carvalho propôs que o recurso da
Petrobras fosse apreciado sem sigilo. O plenário concordou. E o recurso da
Petrobras foi rejeitado, porque os ministros não enxergaram qualquer
irregularidade ou ilegalidade no envio de documentos à PF e ao MPF, que já
estão usando os dados da auditoria do TCU para abrir nova frente de
investigações.
Detalhe: o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e o
ex-presidente da Transportadora Gasene, Antonio Carlos de Azeredo. Os dois são
apontados na auditoria como responsáveis pelas supostas irregularidades.
Azeredo disse ter sido só um “preposto” na função. Será?
Graça continua até quando?
Mesmo diretamente envolvida nos escândalos da Petrobras, por que Graça
Foster não é demitida? Segundo a analista Natuza Nery, da Folha de S. Paulo, o
motivo é muito ardiloso. Graça se julga prestigiada, mas está apenas servindo
de escudo para a presidente Dilma Rousseff. Enquanto a amiga permanecer no
comando da Petrobras, levando pancada de todo lado, Dilma ficará longe do foco
das discussões.
Natuza Nery tem toda razão. A estratégia do Planalto é realmente esta,
e Lula ficou como “voto vencido”, porque não participa mais das decisões. Se
dependesse dele, Graça Foster já teria sido detonada há dois meses e seria
formado um “gabinete da crise”, com participação também do PT e do Instituto
Lula. Mas Dilma não quer saber dessas ideias de Lula, prefere errar sozinha.
O mais interessante é que Lula acaba sendo beneficiado por essa
estratégia do Planalto, já que, enquanto Graça Foster estiver em cena, ele
poderá se preservar nos bastidores.
Fonte: Por Carlos
Newton, Tribuna da Internet/Gama Livre. Foto: Internet - Blog do Edson Sombra


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