Convencido de que é alvo de uma investigação
política, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
prepara o troco na CPI sobre a Petrobras, presidida por seu aliado Hugo Motta
(PMDB/PB); uma das decisões tomadas é a contratação da Kroll, a maior firma de
investigações privadas do mundo, que atuou na CPI que resultou na queda do
ex-presidente Fernando Collor, em 1992; a Kroll terá como missões rastrear
contas no exterior de Pedro Barusco, Paulo Roberto Costa, Roberto Duque e de
empresas de engenharia contratadas pela Petrobras; outra decisão tomada pelo
grupo de Cunha foi a criação de quatro sub-relatorias na CPI, para enfraquecer
o relator petista Luiz Sergio
Nada tira da cabeça do presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que sua inclusão na chamada 'lista de
Janot' foi política. Na sua visão, ele entrou na relação dos parlamentares que
serão alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido do Palácio
do Planalto, para minar sua independência e enfraquecer qualquer movimento de
desestabilização do governo Dilma.
Convencido de que é alvo de uma manobra palaciana, Cunha agora
quer vingança. E ela virá na CPI da Petrobras, instalada na Câmara dos
Deputados, que tem como presidente seu aliado Hugo Motta (PMDB-PB).
Uma das decisões tomadas pelos aliados de Cunha foi a contratação
da Kroll, maior empresa de investigações do mundo, pela CPI. Para quem não se
lembra, a Kroll atuou na CPI do caso PC Farias, que, em 1992, redundou no
impeachment do ex-presidente Collor, e também em alguns escândalos
corporativos, como a quebra da Enron.
Agora, a principal missão da empresa de investigação será rastrear
as contas usadas por ex-executivos da Petrobras, como Pedro Barusco, Paulo
Roberto Costa e Renato Duque. Outro alvo serão as contas no exterior de
empresas de engenharia que forneceram equipamentos, navios, sondas e
plataformas para a Petrobras. Com a Kroll, Cunha espera ir muito além do que a
equipe do juiz Sergio Moro, do Paraná, já descobriu.
Sub-relatorias
na CPI
Outra decisão tomada pelo PMDB foi a criação de quatro
sub-relatorias na CPI da Petrobras. Com isso, enfraquece-se a posição do atual
relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), que se mostrava contrário a investigações com
viés mais político. “O que nos motivou a tomarmos a decisão de criarmos essas
relatorias é fazer a CPI funcionar, pois as comissões que realmente funcionaram
em Brasília foramas CPIs que tiveram sub-relatores e como nós queremos que essa
CPI da Petrobras funcione no que diz respeito à investigação e à apuração foi
que nós tomamos essa decisão e criarmos as sub-relatorias”, explicou o
presidente Hugo Motta (PMDB-RJ).
Fonte: Brasília 247