Por: Ana Dubeux
O que faz de Brasília uma das cidades com maior índice de
qualidade de vida? O que faz de Brasília patrimônio da cultura mundial? O que
faz de Brasília símbolo da arquitetura?
O que faz Brasília ostentar a maior
renda per capita? O que faz de Brasília celeiro intelectual, que reúne a maior
quantidade de mestres e doutores? Há muitas explicações para Brasília ser o que
é e ter o que tem.
Mas arrisco dizer que há algo maior por trás de tudo isso. Não seria uma única razão, seria uma vocação.
Em poucas palavras, a vocação para dar certo.
Não se reúnem impunemente pessoas do
quilate de Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Athos Bulcão, Burle Marx, Darcy Ribeiro
e tantos outros gênios para semear e cultivar uma cidade. Plantar concreto em
meio ao cerrado não se deu sem muito estudo nem muita vontade. Não foi pequena
a obra nem a briga de Juscelino Kubitschek para viabilizar uma capital. E esse
esforço, sol a sol, chuva a chuva, rendeu frutos exuberantes. Deu certo. Nem os
mais críticos e descrentes podem negar.
Às vésperas de completar 55 anos,
Brasília vive um renascimento. Já tem filhos, pais e avós nascidos aqui. E
talvez por isso comece a mostrar nova face, que se sobrepõe aos cartões
postais. Sua gente pede passagem. Ocupa os gramados, o Lago Paranoá, parques e
jardins. Faz piqueniques, frequenta exposições de arte, organiza feirinhas,
exporta talento no design e na moda, assume cargos importantes em todos os
poderes.
Há uma geração empreendedora que tem
dado o que falar. Pessoas que dão certo, que fazem certo, que mostram o que é
certo. E o melhor: que se encontram, se juntam, trocam experiências, como se
fossem grande rede social. Tanto virtual quanto real. Temos visto isso com
frequência ao colher relatos de grupos e turmas que se uniram por afinidade,
por frequentarem os mesmos botecos, por se encontrarem num ambiente virtual,
por terem crescido juntos correndo pelos pilotis.
Pessoas que atenderam ao convite do
Correio — que nasceu no mesmo dia da cidade — para contarem suas histórias por
Facebook, WhatsApp, e-mail, call-center, Instagram ou qualquer outro canal de
comunicação do jornal. Nossa ideia é reunir tudo isso e embalar para presente
em 21 de abril. Você não perderá nadinha por esperar.
*Ana Dubeux - Editora-chefe do Correio
Braziliense - 12/04/2015