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ECONOMIA » Apesar da crise, DF cresce 1,8%

Lojas fechadas na W3 Sul: comércio caiu 1,9%, segundo a Codeplan

A economia do Distrito Federal cresceu, no ano passado, 1,8% em relação a 2013. O número, levantado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), supera em 18 vezes a alta nacional (0,1%), mas não cria um ambiente otimista para 2015. O setor de serviços representa 94% de todo o dinheiro movimentado na capital do país, mais da metade ligada aos salários do funcionalismo público. Isso amortizou a crise por aqui, pelo menos em comparação com o resto do Brasil. No entanto, com o ajuste fiscal proposto pelo governo federal e os atrasos nos pagamentos no âmbito distrital, a previsão para este ano é de pessimismo, segundo Fábio Gonçalves, diretor de Pesquisas Socioeconomicas da Codeplan.

A combinação entre inflação, taxas de juros altas e crédito baixo, além do atraso no pagamento dos servidores da saúde e da educação no fim do governo anterior, desaqueceram o comércio (queda de 1,9%). “O ajuste fiscal do governo federal prevê, para o equilíbrio de contas, balanço entre salários e receitas. O ano de 2015 deve ser de travessia no deserto”, disse Fábio.

A indústria apresentou uma diminuição de 1,5%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília, ocorreram cerca de 10 mil demissões na construção civil em 2015. O ramo que apresentou a maior alta foi a agropecuária (11,5%), com fartas safras de milho e soja. Mesmo assim, o setor corresponde a 0,3% da economia local.


A situação reflete no bolso do consumidor. Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF) apontam um crescimento ininterrupto na inadimplência, desde setembro de 2014. Se naquele mês era de 1,68%, março de 2015 terminou em 2,83%. Resultado: menos dinheiro circulando no comércio, algo identificado na pesquisa. “O ajuste fiscal passa pelo aumento de impostos: o consumo, a produção e o humor dos investidores no país desaceleram”, afirmou Álvaro Silveira Júnior, presidente da CDL-DF. “Do vendedor de cachorro-quente a um grande empresário, todos ficam receosos em investir”, prosseguiu.

O Correio procurou a Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentável, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.


Fonte: Guilherme Pera – Correio Braziliense – 10/04/2015

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