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EM NOME DA COMPETITIVIDADE, A REVOGAÇÃO DA LEI ÁUREA?

Carlos Chagas
A aprovação, pela Câmara, do projeto que amplia a terceirização de trabalhadores, causará obvio prejuízo à classe. Salários e direitos sociais serão reduzidos. A argumentação do empresariado para influenciar os deputados foi de que a terceirização ampliada aumentará a competitividade da economia brasileira. E seus lucros, também.
Se é para obter esses dois resultados, mesmo às custas de direitos sociais, logo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, colocará na ordem do dia proposta revogando a Lei Áurea. Ou não competiremos melhor com outros países caso os patrões se vejam desobrigados de remunerar os empregados, mesmo restabelecendo a escravatura.
Faz tempo que o país assiste a supressão das prerrogativas do trabalho estabelecidas nos anos trinta e quarenta pelo presidente Getúlio Vargas. Durante os cinco anos do governo Eurico Dutra congelou-se o salário mínimo. Mais tarde, com a ditadura militar, revogou-se a estabilidade no emprego, sendo também tornado letra morta o salário-família. Foi no governo Fernando Henrique, no entanto, que mais desapareceram direitos sociais, sob o canhestro raciocínio da “flexibilização”. Sofreram os funcionários públicos, tanto quanto os trabalhadores das empresas privadas.
Com a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores, imaginou-se a volta ao tempo das conquistas trabalhistas, mas nenhuma iniciativa tomou o presidente Lula. Pelo menos, não avançou na degola antes imposta como “globalização”.
Pois não é que a sucessora do primeiro companheiro retomou a prática celerada de punir os assalariados? A pretexto de debelar a crise econômica, Madame acaba de propor obstáculos ao recebimento do seguro-desemprego e à concessão de pensões às viúvas com menos de quarenta anos, entre outras maldades sugeridas pelo neoliberal ministro da Fazenda.

Vem agora a Câmara dos Deputados e dá o passo inicial para a redução de salários e direitos do trabalhador. Mesmo com a oposição da bancada do PT, a terceirização acaba de ser aprovada para valer também nas atividades-fim das empresas. O projeto vai ao Senado. Se aprovado, caberá à presidente Dilma sancioná-lo ou vetá-lo. Ficará com a competitividade ou com as bases de seu partido?

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