Os suspeitos poderão responder judicialmente pelos crimes de formação
de quadrilha, estelionato, falsificação e uso de documentos públicos, corrupção
ativa e passiva e facilitação ou permissão de senhas de acesso restrito a
terceiros
A Polícia
Federal (PF) prendeu na madrugada de hoje (13) servidores públicos, policiais
civis e militares, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas e
agenciadores de seguros suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa
especializada em fraudar o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais (Dpvat). As
fraudes no seguro pago às vítimas de acidentes causados por veículos
automotores de via terrestre podem chegar a R$ 28 milhões.
Estão sendo cumpridos 229 mandados judiciais – 41 de prisão, sete de condução coercitiva, 61 de busca e apreensão, 12 para afastamento de cargo público, 51 para sequestro de bens e 57 referentes à quebra de sigilos bancários. A ações da Operação Tempo de Despertar ocorrem em Goiás, Brasília, no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais.
Estão sendo cumpridos 229 mandados judiciais – 41 de prisão, sete de condução coercitiva, 61 de busca e apreensão, 12 para afastamento de cargo público, 51 para sequestro de bens e 57 referentes à quebra de sigilos bancários. A ações da Operação Tempo de Despertar ocorrem em Goiás, Brasília, no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais.
As investigações – feitas em parceria
entre a PF, o Ministério Público, a Corregedoria da Polícia Civil e a Polícia
Militar de Minas Gerais – constataram que o grupo criminoso usava vários
métodos para fraudar o seguro Dpvat, entre eles, o ajuizamento de ações
judiciais por escritórios de advocacia sem conhecimento e autorização das
vítimas. Segundo a PF, a quadrilha falsificava assinaturas em procurações e
declarações de residência falsas.
A organização também ajuizava ações,
de forma simultânea, em comarcas distintas, sem relação com o local do acidente
e sem que as vítimas tivessem conhecimento do ajuizamento de ação. Os mandados
judiciais estão sendo cumpridos nas cidades mineiras de Almenara, Bocaiuva,
Brasília de Minas, Capelinha, Capitão Eneas, Coração de Jesus, Corinto,
Cristália, Curvelo, Diamantina, Espinosa, Francisco Sá, Janaúba, Januária,
Japonvar, João Pinheiro, Juiz de Fora, Lontra, Manga, Minas Novas, Mirabela,
Monte Azul, Paracatu, Pirapora, Porteirinha, Ribeirão das Neves, Salinas, São
Francisco, São João da Ponte, Sete Lagoas, Taiobeiras, Turmalina, Várzea da
Palma, Guanambi e Urandi, além de municípios do Rio de Janeiro e da Bahia.
Os suspeitos poderão responder
judicialmente pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato, falsificação
e uso de documentos públicos, corrupção ativa e passiva e facilitação ou
permissão de senhas de acesso restrito a terceiros.
De acordo com a Polícia Federal, a
Operação Tempo de Despertar é resultado de uma série de outras ações
desencadeadas pelas polícias estaduais, nos últimos anos, que apuraram
suspeitas de fraude no Dpvat.
“Nos últimos anos, grande quantidade
de operações foram deflagradas em todo o Brasil com o objetivo de coibir
fraudes no seguro Dpvat. Elas já davam conta de que a atividade criminosa podia
ser sustentada por um grupo organizado, com ramificações em diversas áreas da
administração pública, envolvimento de policiais, empresários e empresas de
seguro, além de número expressivo de advogados”, diz nota da PF.
Com as informações dessas operações, a
Polícia Federal iniciou as investigações que resultaram na operação
desencadeada para identificar os líderes do esquema que, segundo a PF, devem
estar "no interior da seguradora responsável pela gestão do seguro Dpvat”.
Com o nome da operação, a PF pretende
chamar a atenção da sociedade para o “despertar” contra fraudes e crimes
cometidos à coletividade.
Fonte: Revista IstoÉ