Sem a Rede, Marina se filiou ao PSB, sigla pela qual disputou a Presidência
Integrantes da sigla que Marina Silva quis fundar em 2013 vão
apresentar ao TSE as assinaturas que faltam para formalizar a legenda
Após a ação frustrada de 2013,a ex-senadora Marina Silva
tenta, mais uma vez, a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade. Na
próxima semana, integrantes da Rede vão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
homologar pelo menos 53 mil novas assinaturas certificadas para conseguir
formalizar o novo partido. Com essas firmas, somadas às 442 mil que a Rede já
tinha, militantes esperam conseguir os 495 mil apoiamentos necessários. Na
noite de ontem, integrantes da Rede estavam reunidos para contar quantas
assinaturas foram certificadas e definir as estratégias para a entrega delas na
próxima semana.
Em 2013,
a criação da Rede foi negada por ministros do TSE porque não havia o número
mínimo de assinaturas. À época, a Rede alegou que 95 mil nomes haviam sido
invalidados por cartórios sem justificativa, e pediram que o tribunal aceitasse
a documentação. A requisição, no entanto, foi negada. Segundo a assessoria da
Rede, no processo de 2013, ficou acertado que o único requisito não cumprido
era o número total de assinaturas, e a agremiação poderia reabrir o processo
sem perder as etapas anteriores.
Coordenador
nacional de Organização da Rede, Pedro Ivo Batista diz estar confiante na
criação do partido. Segundo ele, o processo no TSE já foi reaberto e, na
próxima semana, será feita a entrega das assinaturas. O processo deverá ser
distribuído aos ministros da Corte para definir quem será o relator. Batista
diz não temer que a nova lei sobre a criação de partidos interfira na abertura
da Rede. A nova legislação, sancionada em março deste ano, impede pessoas filiadas
a outros partidos de assinarem a ficha para criação de legendas.
Nova lei
O impasse
em relação à criação da Rede poderia ser justamente o de que, nas assinaturas
anteriores, havia integrantes de outras siglas. “Não há esse receio, estamos
completamente seguros juridicamente. Depois que saiu a lei, ninguém filiado a
partido entregou ficha. Seguimos a lei e temos a avaliação jurídica de que
nosso processo está tranquilo”, disse Batista. Segundo ele, um acórdão do TSE
garante à Rede o aproveitamento das assinaturas já apresentadas. “Esses
apoiamentos não estão mais em questão porque já foram aceitos. Seguimos a lei
vigente. A lei que interfere nessa questão agora não pode retroagir.”
Caso a
sigla seja criada, Marina Silva poderá se candidatar novamente à Presidência da
República, em 2018. O registro da Rede negado no TSE provocou um revés na vida
política da ex-ministra do Meio Ambiente. Sem o próprio partido para se
candidatar, Marina usou filiou-se ao PSB, sigla pela qual concorreu,
inicialmente, à Vice-Presidência, na chapa de Eduardo Campos (PSBPE). Com a
morte do ex-governador de Pernambuco, em agosto do ano passado, em acidente
aéreo, Marina assumiu o posto de Campos na chapa. Ela recebeu 21% dos votos
válidos e acabou em terceiro lugar nas eleições, a mesma posição que ocupou no
pleito de 2010.
Fonte: Julia Chaib – Correio Braziliense