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REFORMA POLÍTICA » Mudanças adiam votação de PEC

Castro modificou o relatório da PEC: mandato de nove anos para senadores

O relatório da PEC da Reforma Política teve a votação adiada novamente na Comissão Especial que analisa o tema na Câmara. Por acordo entre os integrantes do colegiado, decidiu-se que o texto, elaborado pelo relator, Marcelo Castro (PMDB-PI), só vai à votação na próxima segunda-feira. A análise já havia sido adiada na semana passada, por desentendimentos em relação ao texto. Ontem, Castro apresentou novas modificações — o mandato dos senadores, por exemplo, passa a ser de nove anos para os eleitos em 2018 e de cinco anos daí em diante. O objetivo é garantir a coincidência das eleições já em 2022.

Logo no começo da reunião da comissão, o presidente do colegiado, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter chegado a um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que a PEC não seja levada a plenário antes do relatório ser votado na comissão especial. O acordo foi fechado em reunião na manhã de ontem. Na segunda-feira, Cunha chegou a dizer que poderia levar o texto diretamente ao plenário. “Temo que o relatório dele (Marcelo Castro) possa engessar a votação”, disse, em tom de crítica. Ontem, Castro voltou a criticar a declaração de Cunha. “Eu entendi (a fala de Cunha) como uma manifestação de desrespeito, a mim e à Comissão. Acho que foi impensado da parte dele. Ele não poderia, como presidente da Câmara, ter feito uma manifestação dessa”, disse.

Segundo parlamentares próximos a Cunha, o presidente da Câmara tem uma série de restrições ao texto de Castro. O peemedebista acredita, por exemplo, que qualquer mudança relativa aos mandatos dos senadores tem de ser debatidos no Senado. “Ele (Cunha) quer abandonar qualquer tipo de cláusula de barreira para obter o apoio dos deputados de pequenos partidos para o distritão”, disse Castro. “O que interessa para o Cunha é o distritão e o financiamento privado das campanhas. Tudo o que fuja disso, ele vai querer embarreirar” avaliou um adversário do presidente da Casa.


Partidos como o PPS, o PSB e o PT já fecharam questão contra o sistema do “distritão”, que, na prática, estende as eleições majoritárias para deputados federais, estaduais e vereadores. Cunha teria apresentado essas demandas a Castro e a Maia, na manhã de ontem. Outros partidos, como o DEM, não definiram posicionamento da bancada. “Eu, pessoalmente, sou a favor do distrital misto, mas, provavelmente, não vamos fechar questão nessa matéria. Cada um vota como preferir”, disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

Fonte: Correio Braziliense 

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