"Agnelo é réu e já foi condenado pela população. Agora, a população aguarda a condenação pelo Tribunal de Justiça e pelo Tribunal de Contas do DF" Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do DF
"Foi preciso criar na cidade um clima de derrotismo, de jogar a economia para baixo, de afastar investidores. A cidade está completamente parada..." Agnelo Queiroz (PT), ex-governador do DF
Governador Rodrigo Rollemberg afirmou que o povo do Distrito
Federal condenou a administração do petista nas urnas e, agora, aguarda
manifestação da Justiça. Atual gestão reitera que o antecessor deixou rombo de
R$ 3 bilhões nos caixas do Buriti
Um dia depois de o ex-governador do Distrito Federal Agnelo
Queiroz (PT) afirmar que sua gestão ainda será reconhecida, mesmo com os
processos em que é réu, o atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB) rebateu as
críticas e acusações feitas pelo antecessor. O chefe do Executivo disse ao
Correio que Agnelo já foi avaliado pelos brasilienses na urna. “Agnelo é réu e
já foi condenado pela população. Agora, a população aguarda a condenação pelo
Tribunal de Justiça e pelo Tribunal de Contas do DF”, disse o governador. Mais
uma vez, o GDF reiterou o rombo nos cofres públicos de mais de R$ 3 bilhões
deixado pelo petista.
“O Agnelo
dizer que havia recursos não é somente algo ilógico, mas desafia as leis do
bom- senso. Como ele tinha esse dinheiro e não pagou as dívidas? É uma
demonstração de desrespeito à opinião pública”, afirma a secretária de
Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal, Leany Lemos. Entre
outubro e fevereiro, Brasília viveu um longo período de greves em diferentes
setores, como educação, saúde e transporte.
Para o
ex-governador, o clima de pessimismo foi criado pela atual gestão. “Para dar
sequência à mentira, foi preciso criar na cidade um clima de derrotismo, de
jogar a economia para baixo, de afastar investidores. A cidade está completamente
parada...”, disparou Agnelo Queiroz em entrevista publicada na edição de ontem.
Logo que
assumiu o comando do Buriti, Rollemberg tomou ciência de que o deficit deixado
pela gestão anterior era muio maior do que o imaginado. “Houve um colapso do Estado.
O que foram os últimos três meses do governo Agnelo? Entramos em janeiro e
tivemos que pagar 13º, férias e salários atrasados e resolver contratos
interrompidos”, relembra Leany.
Estratégia
Para a
secretária, as acusações do ex-governador fazem parte da estratégia de defesa
de alguém que foi denunciado pelo Ministério Público em quatro ações. Na
opinião dela, o julgamento das contas é um embate entre duas teses — os números
que a equipe de Rollemberg têm apresentado desde que assumiu o poder e os argumentos
do petista. “É um movimento natural. Ele está sendo acusado de um crime. Deixar
despesa sem ter fluxo financeiro vai contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Quem somos nós para enganar auditores do Tribunal de Contas?”, diz Leany, ao
contestar afirmação de Agnelo de que há erros “gravíssimos” na fiscalização
feita pela Corte.
A
secretária comentou também que muito dinheiro se perdeu no governo passado.
“Alguns recursos tivemos que retornar para a União, porque os contratos
precisavam de renovação em dezembro, mas não foram feitos”, exemplifica. Com
relação aos empréstimos citados por Agnelo, a secretária explica que esses são
procedimentos demorados que não foram concluídos porque, perante o governo
federal, o GDF se tornou mau pagador. “Tivemos de fazer um mutirão para
resolver esses débitos”, justifica.
Fonte: Roberta Pinheiro – Correio Braziliense – Fotos: Google