A redatora publicitária Lívia Oliveira durante ensaio fotográfico em frente ao Estádio Nacional (Foto: Henrique François/Divulgação )
Há duas semanas, um vídeo divulgado pelo G1 mostrava policiais abordando François e uma jovem que fazia o ensaio só de calcinha em frente ao Teatro Nacional. As imagens foram feitas da janela de um edifício no centro de Brasília.
A redatora publicitária Lívia Oliveira posando em fente ao Estádio Nacional (Foto: Henrique François/Divulgação)
"O projeto deu uma visibilidade para o meu lado profissional e foi bom para quebrar o preconceito. Eu sou profisisonal. Se eu estou convidando, é para um fim profissional. Pelo fato de eu ser fotógrafo homem, existe o preconceito, o receio. Se é uma fotógrafa mulher, há uma facilidade."
Palácio da Justiça, Ponte JK e Estádio
Nacional foram cenários de sessões. Fotos de
projeto 'Ideias nuas' são em preto e branco e com poses sensuais.
Um fotógrafo de
Brasília tem chamado a atenção com um projeto de ensaios sensuais de mulheres
seminuas em pontos turísticos da capital federal. Cinco jovens já foram
fotografadas por Henrique François, de 26 anos, em monumentos como o Palácio da
Justiça, Ponte JK e Estádio Nacional. Futuramente, François pretende expor em
alguma galeria as imagens registradas no ensaio "Ideias nuas".
O
fotógrafo explica que decidiu incluir o corpo feminino em pontos turísticos por
serem locais que atraem bastante visibilidade. As fotos são todas em preto e
branco e as modelos posam de forma a mostrar a nudez com naturalidade, com o
objetivo de deixar o retrato sensual, e não vulgar.
"O
preto e branco é uma tonalidade que combina tanto com o corpo quanto com a
falta de cores do concreto. A diferença em fotografar um ensaio sensual e um
pornográfico é uma linha tênue. No sensual, a pessoa pode estar seminua ou
completamente nua e você não precisa mostrar tudo", declarou.
"Apesar de ter muitas fotos que mostram os seios, ele acaba entrando naquela cena de forma despercebida. Eu procuro chamar atenção para o acessório que a modelo está usando, para o ambiente, e o nu dela se torna o menos atrativo da foto."
"Apesar de ter muitas fotos que mostram os seios, ele acaba entrando naquela cena de forma despercebida. Eu procuro chamar atenção para o acessório que a modelo está usando, para o ambiente, e o nu dela se torna o menos atrativo da foto."
Modelo posando para o projeto 'Ideias nuas' em frente ao Palácio da Justiça, na Esplanada dos Ministérios (Foto: Henrique François/Divulgação)
François
afirma que a principal dificuldade em fotografar em locais públicos é o
constrangimento e que trabalha para evitar isso. No entanto, não é sempre que a
equipe consegue preservar as modelos.
Há duas semanas, um vídeo divulgado pelo G1 mostrava policiais abordando François e uma jovem que fazia o ensaio só de calcinha em frente ao Teatro Nacional. As imagens foram feitas da janela de um edifício no centro de Brasília.
"Conseguimos
evitar constrangimento até o ensaio no Teatro Nacional. O fluxo de gente é
complicado. De 100% do tempo do ensaio, 30% é fotografando e os outros 70% é
esperando as pessoas passarem. Queremos evitar o constrangimento, normalmente a
gente deixa para fazer as fotos quando não tem ninguém passando."
A modelo Karolyne Brito durante ensaio na Ponte JK (Foto: Henrique François/Divulgação)
Ele
diz que o segredo para não deixar as fotos vulgares é se ater aos detalhes.
"O nu é a melhor forma para chamar os olhos para algum lugar, mas não é a
intenção manter como o foco principal. De fato é bem complicado fazer uma foto
que não seja vulgar. Você tem que prestar atenção no detalhe, no ângulo e
depende muito da modelo, da posição", disse.
"Às vezes o olhar da pessoa, às vezes ela tem por natureza um olhar mais sensual e pode transformar totalmente a intenção da foto. Uma mesma posição é interpretada de diferentes formas de uma modelo para outra."
"Às vezes o olhar da pessoa, às vezes ela tem por natureza um olhar mais sensual e pode transformar totalmente a intenção da foto. Uma mesma posição é interpretada de diferentes formas de uma modelo para outra."
A
redatora publicitária Lívia Oliveira foi convidada para fotografar em frente ao
Estádio Nacional. Atriz e modelo, Lívia afirma que adorou a experiência e que
teve uma sensação de liberdade durante o ensaio. No entanto, ela também
criticou o "assédio" de pessoas que passavam próximo ao local, mas
classificou o fato como um desafio.
"O
mais difícil foi ser em um local aberto, público, porque às vezes passava gente
e tínhamos que fazer uma pausa no meio do processo. Outras pessoas passavam e
mexiam, e essa é a parte mais desagradável. De certa forma o fato de ser um
local aberto que define Brasília compôs muito bem o projeto do Henrique",
afirmou. "Eu defendo o empoderamento feminino nessas fotos, a mulher
livre, com o seu corpo seja como ele for. A sensação de liberdade me
agrada."
A redatora publicitária Lívia Oliveira posando em fente ao Estádio Nacional (Foto: Henrique François/Divulgação)
François pretende
encerrar o projeto em Brasília após conseguir fotografar em todos os monumentos
da capital do país. A expectativa do fotógrafo é levar o projeto para outras
cidades.
"O projeto deu uma visibilidade para o meu lado profissional e foi bom para quebrar o preconceito. Eu sou profisisonal. Se eu estou convidando, é para um fim profissional. Pelo fato de eu ser fotógrafo homem, existe o preconceito, o receio. Se é uma fotógrafa mulher, há uma facilidade."
Fonte: Isabella Calzolari
Do G1 DF