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O Brasil não está preparado para o envelhecimento da população

Pesquisadores que há anos estudam o perfil social do país são unânimes em constatar que o ritmo acelerado e crescente de envelhecimento da população brasileira, fenômeno que ocorre simultaneamente à redução do crescimento da população, provocará, em poucos anos, uma profunda modificação na realidade socioeconômica da nação.

Pior é que, diante do quadro que está por vir, o Estado ainda não está preparado para os novos desafios que se anunciam. A questão se resume numa equação simples de armar, mas de difícil solução. De um lado, cresce o número de idosos, que demandarão maiores esforços e gastos da Previdência. De outro, a diminuição da população acarretará também a redução daqueles que contribuem para o sistema, desequilibrando, assim, uma balança que já vinha apresentando problemas anteriormente.

Alguns analistas alertam que essa nova realidade vai requerer, no mínimo, um crescimento do PIB da ordem de 3,3% ao ano. Para uma economia em processo de recessão acentuada, a conta parece não fechar nem a médio prazo. Estimativas da Segurança Social dos Estados Unidos preveem que, mesmo com regras mais rigorosas, a bomba explodirá em breve. Para se ter uma ideia, em 15 anos o envelhecimento da população causará um deficit superior a R$72 bilhões ao sistema.

Hoje, o número de pensionistas no sistema norte-americano de Previdência recebe cerca de 5% do PIB ((em reais, R$ 1,4 trilhão). As previsões para 2018 são de R$ 4 trilhões com pagamento previdenciário. Jeffrey Brown ensina a conta: ou os impostos aumentam, ou os benefícios diminuem. Vale ressaltar que os aposentados americanos pagam imposto sobre os rendimentos seguindo as alíquotas de quem está na ativa. Ninguém por lá pensou em estimular nascimentos.

O quadro atual no Brasil aponta para uma falência generalizada nos sistemas de amparo da Previdência, o que pode pôr em risco o futuro de toda uma geração de trabalhadores. À primeira vista, a solução para o dilema dessa equação seria a adoção de políticas visando incentivar o nascimento de mais crianças (contribuintes ativos), ao mesmo tempo em que seriam revertidos, para cima, os índices de crescimento econômico. Como nem uma coisa nem outra vem sendo feita, o resultado aponta para um futuro bastante nebuloso.

A frase que foi pronunciada
“Pessoas jovens e bonitas são acidentes da natureza; pessoas idosas e bonitas são obras de arte.”
(Eleanor Roosevelt)

Por: Circe Cunha – Coluna: “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto: Google

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