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#Tombamento: Lago da 308 Sul tem solução provisória

Crianças da Estrutural estiveram ontem no local para conhecer o ponto turístico: prefeitura já cuida da limpeza

O laguinho de carpas da 308 Sul sobrevive, por enquanto. Segundo o administrador de Brasília, Marcos Pacco, o Poder Público pagará a última conta atrasada, sem quitar toda a dívida, porque a carga patrimonial do espelho d’água não é da administração nem de nenhum outro órgão do GDF. Pacco disse ter pesquisado para saber quem responde pelo espelho d’água e não achou nenhum um órgão específico. Para resolver o problema de imediato, a administração pagará apenas a conta do último mês.

“Nós mandamos ofício à Caesb nos comprometendo com isso, mas esse é um problema que teremos que corrigir. Vamos atuar em conjunto para ver com quem vai ficar essa questão. Uma coisa é certa: vai ser pago, mas veremos quem arcará com a conta total”, explicou.

A situação ocorre mesmo após o Decreto nº 30.303/2009, que dispõe sobre o tombamento das unidades de vizinhança 107/307 e 108/308 Sul, quadras modelos. Toda a área é protegida e deve ser mantida pelo GDF. A partir da assinatura do documento, houve um acordo para que a Administração do Plano Piloto ficasse encarregada dos pagamentos dos serviços de água e energia elétrica. O prefeito da 308 Sul, Edinho Magalhães, afirmou que a parte que cabia à prefeitura já começou a ser feita. “O que precisava foi trocado, mas não fica limpo em 24 horas”, ponderou. Ontem, para acelerar o processo de limpeza, cerca de 100 mandis — peixes que comem lodo e pequenas algas — foram colocados no local.
       Cerca de 100 peixes que comem a sujeira foram colocados no espelho dágua
Em 31 de março, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) cortou o fornecimento de água do lago por conta de uma dívida de R$ 7.859,54. A falta de água foi somada a problemas na bomba do filtro e nos reatores das lâmpadas. Resultado: acúmulo de lodo e água turva. Assim, quase não dá para ver os peixes. A prefeitura da quadra e a Administração de Brasília começaram os consertos e o pagamento da conta na Caesb será feito.  

“Acompanhei toda a construção de Brasília a partir de 1964. Moro na 307, mas frequento a 308, tenho amigos na quadra e, quando passo por lá, fico triste em ver como está. Por ser tombado, não pode ser uma responsabilidade somente da prefeitura”, observa o aposentado José Eduardo Oliveira, 60 anos. A 308 Sul é considerada uma quadra modelo e um ponto turístico. Segue à risca tudo o que o urbanista Lucio Costa havia planejado. Ela também é a única quadra que tem a marca de Burle Marx no paisagismo.

Na tarde de ontem, guias turísticos levaram crianças da Cidade Estrutural para visitar o espelho d’água, parte de um trabalho realizado por arquitetos da Universidade de Brasília (UnB). “Passar pela 308 Sul faz parte do roteiro criado para conhecer Brasília. Chegar aqui e ver desse jeito prejudica bastante”, comentou a guia Rosa Maria. Segundo Maria Elisa Costa, filha de Lucio Costa, por se tratar de área pública, a responsabilidade deve ser do governo. “O laguinho deve ser mantido porque faz parte do projeto paisagístico de Roberto Burle Marx. Em todas as cidades, a manutenção dos jardins públicos é de responsabilidade da prefeitura. Em Brasília, do GDF”, explicou.

Um ano de contas
Em maio de 2015, técnicos da Companhia Energética de Brasília (CEB) cortaram o fornecimento de energia do espelho d’água alegando falta de pagamento das contas. A população temeu pela vida das carpas criadas no local, que dependem de filtros movidos por energia elétrica. Após a denúncia do Correio, o fornecimento foi restaurado. À época, a Administração do Plano Piloto disse que a suspensão do serviço se deveu a uma “transferência dos medidores para o proprietário” e não a um corte de água ou de energia.



Fonte: Correio Braziliense – Foto: Minervino Junior/CB/D.A.Press – Correio Braziliense




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