Depois de ser preso na 28ª fase da Lava Jato, Gim
Argello fez exames no IML (Foto: Giuliano Gomes/PR Press)
Empresário Ronan Maria Pinto
é suspeito de receber R$ 6 milhões. Argello é suspeito de cobrar propina
de empreiteiras; ambos estão presos.
A Polícia Federal (PF)
indiciou o ex-senador Gim Argello por quatro atos de corrupção e o empresário
Ronan Maria Pinto por lavagem de dinheiro em meio à investigação da Operação
Lava Jato. A informação foi confirmada pela RPC e pelo G1 nesta
terça-feira (3).
Ambos estavam preso na
carceragem da PF (PF), em Curitiba, e foram levados para o Complexo
Médico-Penal, que fica em Pinhais, na Região Metropolitana da capital
paranaense, nesta manhã.
O nome de Gim Argello
apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono
da UTC, Ricardo Pessoa. O ex-senador foi preso durante a 28ª fase da Lava
Jato.
O Ministério Público
Federal (MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em
propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas
empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados
a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de
campanha.
Os investigadores dizem ainda que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos.
Os investigadores dizem ainda que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos.
As siglas, juntamente com o
PTB, formaram em 2014 a coligação "União e Força", pela qual Gim
Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
O advogado que defende o ex-senador Gim Argello, Marcelo Luiz Ávila de Bessa, afirmou ao G1 que o indiciamento é um ato corriqueiro de qualquer delegado de polícia e que não tem nenhuma consequência processual. De acordo com Bessa, o ex-senador afirma ser inocente e irá se pronunciar em juízo.
O advogado que defende o ex-senador Gim Argello, Marcelo Luiz Ávila de Bessa, afirmou ao G1 que o indiciamento é um ato corriqueiro de qualquer delegado de polícia e que não tem nenhuma consequência processual. De acordo com Bessa, o ex-senador afirma ser inocente e irá se pronunciar em juízo.
Já Ronan Maria Pinto é de
Santo André (SP). Ele é dono do jornal "Diário do Grande ABC" e de
empresas do setor de transporte e coleta de lixo e alvo da 27ª fase da
Operação Lava Jato. Em 2015, o empresário foi condenado por envolvimento num
esquema de cobrança de propinas na prefeitura da cidade. A decisão não é
definitiva.
Ronan Pinto é suspeito de
ter recebido R$ 6 milhões do empréstimo realizado entre o pecuarista José
Carlos Bumlai – também preso pela Lava Jato – e o Banco Schahin que acabou
sendo fraudado.
De acordo com o Ministério
Público Federal, o empréstimo foi pago por meio da contratação grupo Schahin
como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo
de US$ 1,6 bilhão.
Ainda conforme as
investigações, em depoimento ao Ministério Público Federal, Marcos Valério,
operador do mensalão, afirmou que parte do empréstimo obtido por Bumlai era
destinado Ronan Maria Pinto, que estaria extorquindo dirigentes do PT.
Ele teria recebido o
dinheiro para não publicar supostas informações que ligariam o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho à
morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT).
O advogado de Ronan Maria
Pinto, Fernando José da Costa, nega as acusações e afirma que tem se
pronunciado nos autos do inquérito. Ele destacou que pediu a revogação da
prisão preventiva, "demonstrando que não há extorsão, muito menos
lavagem".
“Até porque as três
supostas vitimas afirmam, além do suposto autor, de que nunca houve, por parte
deste, qualquer prática de extorsão. A única versão que sustenta esta
investigação é dada por Marcos Valério, em 2012, ou seja, quase dez anos após
os fatos”, acrescentou o advogado.
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