Procuradoria-Geral do DF entrou com mandado de
segurança preventivo para impedir que a presidente do SindSaúde seja ouvida na
Câmara Legislativa nesta quinta-feira (21) apenas na presença de parlamentares
A desembargadora Fátima Rafael, do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios, determinou, em caráter liminar, que a reunião da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde em que a presidente do
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde),
Marli Rodrigues, será ouvida seja aberta.
O mandado de segurança preventivo do governo foi impetrado na noite
dessa quarta-feira (20) pelo governo de Brasília, por meio da Procuradoria-Geral
do Distrito Federal. O Executivo alegou que os depoimentos em CPI
devem ser públicos e que as justificativas apresentadas pela presidente do
SindSaúde para que a reunião fosse fechada não encontram base legal.
Os deputados distritais convocaram a sindicalista para comparecer à
Câmara Legislativa na manhã desta quinta-feira (21). O vice-governador de
Brasília, Renato Santana, foi convidado para prestar esclarecimentos aos
parlamentares também hoje.
Denúncia publicada na revista Isto É
Na edição 2.432, a revista Isto É publicou um diálogo
no qual o vice-governador Renato Santana revelaria ter conhecimento de uma
suposta cobrança de propina no governo de Brasília. A reportagem, porém,
não aponta quem praticou ou quem se beneficiou das supostas ações criminosas.
Devido às denúncias, feitas em áudio vazado de Santana com Marli
Rodrigues, a presidente da Câmara Legislativa, deputada distrital Celina Leão
(PPS), suspendeu o recesso parlamentar na segunda-feira (18). No mesmo dia, o
presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, deputado
Wellington Luiz (PMDB), anunciou a convocação de reunião para terça-feira (19),
na qual se acertaram o convite ao vice-governador Renato Santana e a convocação
de Marli Rodrigues para esta quinta-feira (21). Porém, a dirigente do Sindicato
dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde teve pedido acatado
para que fosse ouvida em reunião secreta, somente com a presença de
parlamentares.
Governador determina apuração do caso da suposta cobrança de propina na
Saúde
Em nota oficial, o governador de Brasília, Rodrigo
Rollemberg, determinou àControladoria-Geral do DF que tome todas as
providências concernentes à reportagem e que a Polícia Civil abra imediatamente
uma investigação para apurar o caso. O governo de Brasília também
encaminhará ao Ministério Público um pedido de investigação.
O vice-governador Renato Santana chegou a se referir à possibilidade de
haver irregularidades na Secretaria de Fazenda, mas a apuração feita
imediatamente pelo governo não identificou o nome citado por ele no quadro de
servidores da pasta. Por isso, o governo de Brasília está solicitando
ao vice-governador que oficialize os supostos casos de corrupção de que teria
conhecimento, detalhando os nomes dos envolvidos e os respectivos contratos
firmados com o governo de Brasília.
O governador Rodrigo Rollemberg decidiu ingressar com uma queixa-crime
contra a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, pelas palavras difamatórias
com que ela se referiu a ele nas gravações publicadas pela imprensa.
Por orientação do governador Rodrigo Rollemberg, a Controladoria-Geral
do DF tem agido de forma preventiva e, na ocorrência de denúncias, com a rapidez
necessária para apurar e evitar possíveis prejuízos aos cofres públicos.
Agência Brasília