A alma de JK: influência modernista de
Peretti no campo dos vitrais
O trabalho da artista plástica Marianne
Peretti deu um novo fôlego ao estudo de vitrais no Brasil. Responsável pela
composição de trabalhos expressivos na capital com a chancela de Oscar
Niemeyer, a artista que assina a bela composição da Catedral Metropolitana de
Brasília tem seu legado pouco conhecido entre os brasilienses e atrai estudo de
grandes nomes da arquitetura e artes plásticas. A relevância técnica e histórica
da obra de Peretti impulsionou atividades que vão além da exposição A arte
monumental de Marianne Peretti, estendida até 26 de junho no Museu Nacional da
República. Hoje, a partir das 9h, será realizado um debate sobre a importância
da arte de Perretti.
“É
preciso que as pessoas conheçam o valor desse patrimônio em escala mundial. Os
vitrais vão muito além de elementos decorativos. Eles precisam ser mais bem
tratados e reconhecidos pelos brasileiros”, destaca Tactiana Braga,
coordenadora do projeto Documento Marianne Peretti, que envolve o lançamento do
livro Marianne Peretti — A ousadia da invenção, organização expositiva e
documentário previsto para estrear neste semestre e visto por Tactiana como
“verdadeira declaração de amor a Brasília”.
Apesar da
expressividade das obras, o primeiro livro sobre a trajetória da artista que
contribui com riqueza de traçados femininos em monumentos cívicos foi concluído
tardiamente. “Estamos acordando instituições, órgãos e população. Nada melhor
do que discutirmos com quem entende, estuda e tem propriedade para deixar as
informações nas universidades ao alcance das novas gerações”, avalia Tactiana,
que defende a realização de pesquisas e investigações sobre a importância de
Peretti e distribui com o apoio de patrocinadores um exemplar do livro em todas
as bibliotecas públicas do Distrito Federal.
Para
disseminar o conhecimento sobre Marianne Peretti, a série de eventos conta com
um ciclo de palestras com participação de especialistas da área de vitrais,
entre eles, o arquiteto carioca Hélder Viana — integrante do Instituto Rio
Patrimônio da Humanidade (IRPH) e estudioso que realizou trabalho de pesquisa
com a catalogação de vitrais no Estado do Rio de Janeiro. Ele conversa com o
público a partir das 14h30, no auditório do Museu Nacional da República, com a
palestra Presença do vitral no Brasil.
De acordo
com o especialista, o encontro é uma oportunidade de troca de conhecimento
entre três profissionais fundamentais: arquitetos, artistas plásticos e
vitralistas. “Falta unirmos essas peças para ampliarmos o estudo sobre o tema.
É preciso dominar os tipos, a aplicabilidade desses materiais e valorizar um
ofício tradicional que corre risco de extinção.”
Ciclo de
palestras A arte monumental de Marianne Peretti
Hoje, a
partir das 9h, no auditório do Museu Nacional da República. Entrada franca.
Fonte: » Sara Campos - Especial para o Correio –
Fotos: Monique Renne/CB/D.A.Press – Correio Braziliense