Cadeiras cobiçadas na Câmara Legislativa: em 1º de
janeiro de 2017, os distritais escolherão quem assume a Presidência, a
Vice-Presidência e as três secretarias da Mesa Diretora
Diante da crise política, os distritais se
articulam nos bastidores para a escolha da nova cúpula da Mesa Diretora. As
discussões começam a quatro meses do pleito, que deverá ser definido com o
desenrolar das investigações da Operação Drácon
A crise política na Câmara Legislativa
e a decisão judicial que afastou a cúpula da Casa anteciparam a disputa pela
presidência da Casa. As eleições para a nova Mesa Diretora serão realizadas em
1º de janeiro de 2017, mas, nos bastidores, a sucessão está aberta. A
presidente afastada, Celina Leão (PPS), sonhava com mais um mandato à frente do
Legislativo local e trabalhava intensamente para aprovar a emenda da reeleição.
Mas a Operação Drácon (leia Entenda o caso) sepultou os planos de Celina e
deflagrou a corrida interna, quatro meses antes do pleito. Apesar da
antecipação do debate, ainda há muitas dúvidas em torno da escolha dos
parlamentares, e os desdobramentos das investigações serão primordiais para o
desfecho da eleição.
Oficialmente, os distritais evitam falar sobre o assunto. A articulação mais forte ocorre hoje em torno do nome do deputado Agaciel Maia (PR), que deve contar com o apoio de Rodrigo Rollemberg. Dois aliados do governador não escondem as pretensões de disputar o cargo, o que pode gerar desconforto no Palácio do Buriti e na base. Joe Valle (PDT) e Israel Batista (PV) têm conversado sobre o tema, mas apenas um deles deve registrar a candidatura, pois ambos integram o mesmo bloco parlamentar.
Oficialmente, os distritais evitam falar sobre o assunto. A articulação mais forte ocorre hoje em torno do nome do deputado Agaciel Maia (PR), que deve contar com o apoio de Rodrigo Rollemberg. Dois aliados do governador não escondem as pretensões de disputar o cargo, o que pode gerar desconforto no Palácio do Buriti e na base. Joe Valle (PDT) e Israel Batista (PV) têm conversado sobre o tema, mas apenas um deles deve registrar a candidatura, pois ambos integram o mesmo bloco parlamentar.
Em 2014, a definição dos nomes para a
Presidência, a Vice-Presidência e para as três secretarias da Mesa Diretora
ocorreu sem consenso. Na última eleição, Joe Valle também postulou o cargo, mas
o governador Rodrigo Rollemberg decidiu apoiar Celina Leão, que, até então, era
filiada ao PDT e fora aliada durante a campanha. Sem o Buriti, Joe resolveu não
entrar na disputa, e Celina saiu como candidata única. À época, os deputados do
PT, PMDB, PP e PTB, que não conseguiram conquistar o direito de indicar alguém
para vice, decidiram se retirar do plenário e não votaram.
Para a próxima eleição, os distritais
não vislumbram a possibilidade de consenso novamente. Mas Agaciel Maia pode
conseguir um feito: reunir aliados e oposicionistas do governo em torno de sua
candidatura. Ele prefere não falar abertamente como postulante ao posto, mas
assume que pode se lançar na corrida eleitoral da Câmara. “Com essa confusão
toda, é preciso esperar um pouco mais”, desconversa Agaciel, fazendo menção às
denúncias contra os colegas.
O parlamentar do PR, entretanto, tem
discurso de candidato. “Tenho conversado com os colegas para analisar o quadro
atual, mas posso dizer que não tenho essa ansiedade nem essa vaidade de ser
presidente da Câmara. Já presidi a Comissão de Orçamento e Finanças, fui
vice-presidente, acho que sou apto para o cargo, mas não é algo fundamental
para mim”, diz Agaciel. “Se os deputados acharem que pode ser bom
institucionalmente para a Casa, sinto-me preparado”, acrescenta.
Um fator que gera embaraço para o
Palácio do Buriti é o fato de o deputado integrar o PR, partido do
ex-governador José Roberto Arruda, que faz oposição ao GDF. Agaciel migrou para
a legenda no início do ano, quando se abriu janela para trocas partidárias. Ele
garante que negociou com o PR a garantia para ter independência no cenário
local. O distrital escolheu o partido de olho nas eleições de 2018, pois o
nanico PTC não terá tempo de televisão na campanha.
Pacificar
O deputado Chico Vigilante (PT) é um
dos que declara voto abertamente a Agaciel Maia. “Precisamos verificar o que é
melhor para a Câmara Legislativa neste momento. Acredito que, nessa situação
difícil, o ideal é ter alguém com experiência e credibilidade, para pacificar
os ânimos na Casa”, justifica Chico Vigilante.
O deputado Joe Valle, que no mês
passado deixou o governo para retomar seu mandato na Câmara Legislativa, evita
falar em candidatura, mas defende mudanças na gestão da Casa. “A Câmara
Legislativa tem 24 candidatos à Presidência, todos os deputados se colocam. Eu
sou um deles”, comenta. “Se fosse por um modelo de gestão diferenciado,
adequado, e se fosse um processo acordado com os deputados, logicamente,
colocaria meu nome à disposição. Mas não é assim que funciona na Casa”,
explica.
Joe Valle defende maior integração do
Legislativo local com a sociedade. “A cidade não tem relação direta com a
Câmara, a não ser em votação pontuais, quando as galerias ficam cheias de
gente. A Câmara deveria participar de campanhas importantes, como de combate às
drogas e de paz no trânsito, por exemplo”, defende o distrital do PDT.
Reeleição
Em dezembro do ano passado, a deputada
Celina Leão conseguiu aprovar, em primeiro turno, o projeto de emenda à Lei
Orgânica que permite a reeleição para os cinco cargos da Mesa Diretora. A
mudança nas regras da Casa ocorreu com 16 votos a favor, seis contra e duas
abstenções. À época, Joe Valle e Agaciel Maia estavam entre os que fizeram
oposição à emenda da reeleição. Desde o começo de 2016, Celina começou a articular
a votação em segundo turno, e a análise do processo deveria ocorrer no fim
deste ano.
Entenda o caso - Emendas sob suspeita
Entenda o caso - Emendas sob suspeita
A investigação sobre suposta cobrança
de propina em emendas na Câmara Legislativa começou no fim do ano passado. A
sobra de uma alteração do orçamento, no valor de R$ 31 milhões, seria destinada
a reformas de escolas da rede pública, mas R$ 30 milhões acabaram liberados
para dívidas do GDF com empresas de UTIs em gestões passadas. Um dos
parlamentares, que não faz parte da cúpula, ajudaria a conseguir retorno de
parte da verba como pagamento de propina para quitar despesas de campanha.
A então vice-presidente da Casa,
Liliane Roriz (PTB), gravou a presidente afastada da Câmara, Celina Leão (PPS),
e o então secretário-geral, Valério Neves Campos, preso na Operação Lava-Jato.
Os dois teriam falado sobre a suposta propina, envolvendo, ainda, os nomes dos
distritais Bispo Renato (PR), Júlio César (PRB) e Cristiano Araújo (PSD). Na
semana passada, a Operação Drácon cumpriu 14 mandados de busca e apreensão,
oito de condução coercitiva e quatro pedidos de afastamento cautelar.
Desde então, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) começou a investigar outras emendas de distritais destinadas ao pagamento de dívidas de hospitais. O remanejamento de recursos do orçamento para pagar débitos com unidades particulares de saúde que prestam serviços à Polícia Militar se tornou alvo. Cinco parlamentares apresentaram as propostas que somam R$ 19 milhões para quitar dívidas da corporação com hospitais privados: Cristiano Araújo (PSD), Rafael Prudente (PMDB), Robério Negreiros (PSDB), Telma Rufino (sem partido) e Welington Luiz (PMDB). Como a forma de alteração dos recursos, com destinação carimbada, é muito semelhante à da emenda que motivou a Operação Drácon, o MP decidiu investigar o repasse.
Fonte: Helena Mader – Foto: Blog – Google - Correio
Braziliense
O grande problema é que a CLDF, ou quase a sua totalidade, perdeu completamente a confiança do povo. Quando vemos o perfil dos parlamentares envolvidos nesses esquema das UTI, deixa a todos nós, sociedade, extremamente triste. São pessoas que conhecem a palavra de Deus e montaram esquema de fraude logo encima de vidas humanas. Isso passa um sensação de que nunca teremos um parlamento local digno da função que exerce. Lamentavelmente.
ResponderExcluir