Setor Comercial Sul: Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida tornou a
região mais segura. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
Em pouco mais de um ano, Setor Comercial Sul ficou mais seguro com o
aumento do efetivo policial e a promoção de atividades culturais e melhorias na
iluminação pública, entre outras iniciativas
Com ações integradas entre governo e sociedade civil organizada em
2016, o Setor Comercial Sul é o principal exemplo dos resultados da metodologia
do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida. Desde outubro do ano passado, nenhum homicídio foi
registrado na área, e crimes como tráfico, uso e porte de drogas diminuíram
consideravelmente.
No
primeiro caso, os registros passaram de 177, de janeiro a novembro de 2015,
para 99 no mesmo período deste ano. Já a quantidade de uso e porte de
entorpecentes caiu de 246 para 103.
A
secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar Araújo,
conta que o diagnóstico para que as primeiras medidas fossem tomadas no Setor
Comercial Sul começou em agosto de 2015. Com base nisso, foi construída a
estratégia aplicada. “Essa ação teve como primeira fase a repressão qualificada.
Depois de pacificado o território, entramos com outras ações de Estado.”
Centro
Legal revitaliza o Setor Comercial Sul
Segundo
Márcia, o primeiro passo foi instaurar a operação Natal Legal, que reuniu 12 órgãos de forma
ostensiva na área central do Plano Piloto, de 1° de dezembro de 2015 a 4 de
janeiro.
Neuza Brilhante, de 57 anos, é ambulante formalizada. Foto: Pedro
Ventura/Agência Brasília
A
iniciativa foi seguida por uma ação permanente, batizada de Centro Legal,
que começou em 11 de janeiro e aos poucos se transformou a atual realidade no
centro do Plano Piloto, com policiamento comunitário presente, atividades
culturais e trabalho diário da Agência de Fiscalização do Distrito Federal
(Agefis), por exemplo.
Apenas
camelôs, como Neuza Brilhante, de 57 anos, são autorizados a vender seus
produtos em áreas públicas, em datas pré-determinadas. Há cerca de seis meses,
a vendedora de produtos de beleza procurou uma associação e se formalizou para
poder continuar no comércio ambulante.
A
segurança jurídica de Neuza também alegra a carioca Dilma Affonso Matura, de 74
anos. Ela conta que vem a Brasília pelo menos cinco vezes por ano para visitar
o filho e sempre passa pelo Setor Comercial Sul. “Se tirar essas feirinhas
daqui, a cidade perde a graça”, brinca. “Que bom que agora todos estão
trabalhando com mais dignidade.”
18.527 - Quantidade de produtos irregulares
apreendidos pela Agefis na área central do Plano Piloto em 2016
Sem
frequentar a região desde 2015, Cyenne Costa, de 28 anos, diz ter se
impressionado com as mudanças. “Aqui era bem mais bagunçado, tudo ficava no
chão”, recorda. “Com certeza, a sensação agora é de mais segurança.”
Desde
setembro, a Agefis já faz operações diárias para o combate ao comércio irregular
no setor. As ações ocorrem inclusive em fins de semana e feriados, com a
presença de auditores e o apoio das forças de segurança. Neste ano, foram
apreendidos 18.527 itens e recuperados 1.588,08 quilômetros de calçadas.
Ação integrada das Polícias Militar
e Civil permitiu prender líderes de tráfico de drogas
Durante o
ano, o efetivo policial no Setor Comercial Sul aumentou em 50%. A parceria
entre as Polícias Militar e Civil possibilitou a prisão de
pessoas que comandavam o tráfico de drogas na região. Segundo a oficial da
Polícia Militar responsável pela área, tenente Adriana Almeida Vilela, a
corporação prende média de sete envolvidos com o crime por mês. “Apreensões por
uso e porte de entorpecentes são por volta de três ao dia.”
Apesar de
o trabalho ostensivo continuar, a tenente destaca que o policiamento ganhou
cunho mais comunitário. A rotina envolve visitas e contato direto com os
comerciantes, que têm acesso a um telefone específico para se comunicar com os
policiais. “Isso deixa o atendimento mais rápido. Eles sabem quem somos, e, se
percebem pessoas com alguma atitude suspeita, já ligam para quem está no
plantão”, conta.
Aumento
do efetivo policial reduziu consideravelmente os crimes na área. Foto: Andre
Borges/Agência Brasília – 7.3.2015
Para a
secretária Márcia, a organização e as melhorias urbanas do Setor Comercial Sul,
como forma de contribuir para a segurança pública, são a materialização do Viva
Brasília. “Estamos construindo soluções definitivas e possibilitando que o
policiamento seja como ele deve ser: preventivo e comunitário.”
Melhorias urbanas e incentivo à cultura para aumento da segurança pública
As ações
para revitalizar a região envolveram ainda medidas como incremento na iluminação pública, mudança no fluxo das vias e
fomento a atividades culturais. Tudo como forma de incentivar a população a se
apropriar do espaço público.
"Estamos construindo soluções definitivas para
que o policiamento seja como deve ser: preventivo e comunitário" - Márcia de
Alencar Araújo, secretária da Segurança Pública e da Paz Social
Em 29 de
setembro, ocorreu a última edição do ano do Quinta Cultural, que leva música
e gastronomia ao setor. Foram 24 edições desde o início, em abril, e
o projeto continua em 2017. Sob coordenação da Secretaria Adjunta do
Trabalho, da pasta do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres,
Igualdade Racial e Direitos Humanos, as atividades têm parceria com a iniciativa
privada.
Já
a Administração Regional do Plano Pilotoorganizou em 14 de dezembro a
última edição do ano de outro projeto que movimenta o Setor Comercial Sul: o
Quarta Musical. Ele também será retomado em 2017. Em parceria com o Conselho de
Entidades de Promoção e Assistência Social, a administração regional
promoveu o primeiro arraial do local,
com comidas típicas e apresentações artísticas.
O projeto Quinta Cultural levou eventos musicais e food trucks ao setor.
Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília – 29.7.2016
Além
disso, a Secretaria de Cultura apoia as iniciativas na área por meio
do projeto Centro Vivo, publicação mensal distribuída em pontos públicos
estratégicos, que mapeia e divulga as atividades na região.
Atenção a
pessoas que vivem nas ruas
Outra
preocupação da estratégia adotada no centro do Plano Piloto é a atenção a
pessoas que vivem nas ruas. A Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento
Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, que faz o serviço de
abordagem social, atendeu em novembro 19 pessoas, das quais quatro aceitaram
ser encaminhadas a entidades de tratamento a usuário de droga conveniadas à
pasta.
O
trabalho também conta com o apoio de voluntários. Um grupo da Arquidiocese de
Brasília, que reúne, por visita, média de 40 pessoas, leva alimentos e doações
a quem fica no local.
Galeria
de Fotos – ( goo.gl/ul0NPh )
Agência
Brasília