Marcos Dantas, Secretário das Cidades do DF
A prometida eleição direta para a escolha
de administradores regionais vai sair do papel?
Criamos um grupo de trabalho, que
sistematizou todas as sugestões apresentadas pela população, e vamos encaminhar
isso para a Câmara Legislativa. O governo não vai abrir mão disso, mas cabe à
Câmara debater e aprovar, aperfeiçoar a proposta. Não vamos fugir do debate,
essa foi uma promessa de campanha.
Acredita que os distritais vão aprovar
a proposta, já que muitos deles têm indicados ocupando administrações?
A voz da população é mais forte e ela
vai se mobilizar para poder estar mais perto das administrações.
A Secretaria de Cidades foi criada há
três meses, o que foi realizado nesse período?
O trabalho começou com a coordenação
das ações emergenciais em Samambaia, para recuperar os estragos das chuvas
fortes de setembro. A intenção era articular melhor o trabalho dos órgãos
centrais do governo e o serviço prestado pelas administrações regionais. Em
seguida, a gente lançou o programa Cidades Limpas, para agilizar os serviços de
limpeza e conservação nas regiões. O projeto já passou pelo Gama, Itapoã e
Paranoá, além de parte de Ceilândia. É um grande mutirão de serviços, focado
nas demandas levadas pela população aos administradores regionais.
A criação da pasta tirou poder da
vice-governadoria. Isso gerou atritos políticos?
Tudo foi encarado com muita
naturalidade. Esse projeto está na cabeça do governador desde o começo, só não
saiu do papel antes por questões financeiras. Não houve aumento de despesa, é
uma secretaria enxuta, trouxemos pessoas de outras secretarias. O cargo de
vice-governador já tem muito relevo. O Renato (Santana) é uma pessoa importante
dentro do governo e tem o espaço institucional dele.
Como presidente licenciado do PSB, como
vê as críticas de aliados, como Reguffe e Cristovam Buarque, ao governo e a
Rollemberg?
São parlamentares importantes, com
representatividade, que fazem política na mesma linha que a gente faz. Mas não
concordo com essas críticas. São figuras que estavam com a gente e precisamos
estar em contato, para que tragam ideias interessantes para o governo. Só
podiam diminuir a acidez das críticas.
Acredita que será possível construir as
mesmas alianças em 2018?
Já tem muita gente se articulando para
2018, são movimentos naturais. Mas a gente precisa pensar mais na cidade, nos
problemas do país. Acho que teremos muito tempo para pensar em eleição. Mas
temos que mudar a forma de fazer política, precisamos pensar em como resolver
os problemas da cidade. Não dá para falar em 2018 neste momento.
Por Helena Mader – Coluna “Eixo
Capital” – Fotos: Rodrigo Nunes-Esp/CB/D.A.Press- Correio Braziliense