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Aos senhores distritais - (Nas últimas legislaturas, os distritais estão mais interessados em exercer o jogo do poder e agir nos bastidores do que fazer a capital do país andar.)

Na semana passada, cobrei neste espaço a responsabilidade de o governador Rodrigo Rollemberg tomar o volante do Distrito Federal e realmente tomar decisões. Existe, entretanto, um outro grupo que precisa também cumprir sua função de uma forma mais clara, séria, honrada. Ou, então, o melhor é nem existir. Obviamente, o objetivo da reclamação é a Câmara Legislativa. Lá, não basta somente trabalhar pouco: é necessário também gastar bastante e se envolver em escândalos — como o que resultou na Operação Drácon. Nas últimas legislaturas, os distritais estão mais interessados em exercer o jogo do poder e agir nos bastidores do que fazer a capital do país andar.

O Poder Legislativo responsável cuida para que o Executivo aja de forma correta, sem abusar do poder. O que vemos desde 2015 é somente a briga entre os dois lados, com nítidos interesses eleitorais, pensando nas urnas eletrônicas em 2018. Ninguém é a favor do aumento da tarifa de ônibus, por exemplo, mas simplesmente proibir a alteração sem ajudar na discussão sobre como resolver a questão — e segundo a Justiça local, de forma inconstitucional — nada mais é do que jogar para os eleitores, ser populista sem se importar com as consequências.

O Correio publica constantemente os projetos aprovados pela CLDF sobre a criação de datas homenageando este e aquele setor ou a concessão de títulos de cidadão honorário. Decisões que nada influenciam no crescimento de uma cidade carente nas áreas de educação, saúde e segurança. E de transporte, claro. Os deputados distritais tiveram nas mãos a oportunidade de dar uma guinada nessa situação ao criar uma CPI do Transporte, que teve resultados pífios, sem qualquer efetividade.

Em matéria da repórter Ana Viriato, a questão do dinheiro público e do trabalho dos parlamentares é mostrada de forma clara. A CLDF aprovou 171 projetos de lei e projetos de lei complementar. Em 2015, o aval foi dado para 254. Isso significa uma diminuição de 50,88% na comparação dos dois anos. Em compensação, o órgão gastou R$ 3,5 milhões dos cofres públicos, entre verba indenizatória e ressarcimentos. Ou seja, R$ 400 mil a mais que em 2015. Não importa se tudo foi comprovado com notas. O Distrito Federal está em crise financeira e nossos líderes políticos precisam dar o exemplo.


Por Leonardo Meireles – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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