Esplanada dos vitupérios
(*) Por
Circe Cunha
Pobre Esplanada dos Ministérios. Erguida numa época
de grande otimismo em que o futuro do país parecia estar ao alcance da mão,
essa praça cívica, na visão de seus construtores, deveria ter a amplidão do
Brasil, para, assim, acolher e dar espaço a todos os brasileiros sem distinção.
Um sítio de encontro e confraternização de toda a nação. A Esplanada foi
concebida para representar, em grande escala, a sala de estar e de visita dos
brasileiros.
Durante o auge do regime militar, a praça ficou
praticamente vazia e esquecida por quase duas décadas. Com o retorno da
democracia, o povo voltou às ruas e a Esplanada passou a ser o ponto central do
país para a maioria das grandes manifestações em nome da liberdade. Nos últimos
anos, no entanto, o que a população tem assistido é à transformação da
Esplanada de todos os brasileiros em uma praça de guerra e de baderna,
patrocinada e insuflada pelo Partido dos Trabalhadores e seus satélites,
incluídos as centrais sindicais, os movimentos, os proto guerrilheiros dos sem-teto
e dos sem-terra e os outros fascistas do gênero.
Agindo ao comando de uma esquerda irresponsável, com o patrocínio de
recursos advindos dos impostos compulsórios sindicais, o que essa turma de
desocupados busca é a desestabilização completa do país por meio da
venezuelização do Brasil, o que levaria a cessar também o grande esforço da
Justiça para pôr atrás das grades todos os políticos e empresários que
arruinaram econômica e socialmente o país.
A praça que era do povo, como o céu é dos aviões, se transformou em
palco constante para a exibição da força e da brutalidade de uma minoria de
derrotados politicamente que, por meio do recrutamento de baderneiros
mercenários, prosseguem no incitamento ao ódio, com a depredação do patrimônio
Público.
O que se viu, na quarta-feira, na Esplanada dos Ministérios, foi a
repetição de uma tática que visa sondar até onde eles podem prosseguir com a
destruição. A cada investida, virão mais atrevidos. A cada sinal de impunidade
pelos prejuízos causados, novas e mais intensas depredações se seguirão. O ar
de satisfação com as lideranças desses movimentos de arruaceiros se
apresentaram nas redes sociais após os acontecimentos, revelam, de fato, que o
exército Bracaleone de Stédile, Boulos, Vagner e outros dessa laia já está em
marcha.
O que querem é o confronto a qualquer preço, inclusive, com a fabricação
de mártires. A pichação na parede lateral de um dos ministérios
destruídos dizia tudo: “Morte à burguesia”. Nesse caso, burguesia é todo e
qualquer brasileiro que não se alinha, prontamente, a essa gente. A inoperância
das autoridades de segurança, inclusive, o próprio ministro da Justiça, em nome
de uma tolerância sem limites, é tudo o que deseja essa turma para crescer e
vir a se transformar num verdadeiro problema. Aí será tarde e o ovo da serpente
já terá se rompido. Querem na verdade é o retorno de 1964 para dar-lhes um
motivo e um mote para prosseguir na oposição a qualquer preço, uma vez que não
encontraram, até hoje, o próprio espaço dentro da democracia.
****
A frase que foi pronunciada
“A manifestação ficou da cor da bandeira do PT.”
(Noelen Juliany, na Esplanada)
(*) Por Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha –
Correio Braziliense – Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil - Ilustração: Blog - Google