Thiago Jarjour,
secretário-adjunto de Trabalho do DF
O que a realização da primeira edição da Campus
Party significou para Brasília?
Brasília tem um ecossistema pujante de inovação, de
tecnologia e de empreendedorismo. Essas são as tendências para o futuro, mas é
preciso impulsioná-las de algumas formas. Eu enxergava a Campus Party como uma
mola propulsora. Em janeiro de 2016, fui ao evento em São Paulo com o governador,
eu sabia que ele veria como a Campus pode gerar frutos para Brasília. E a gente
estava certo: a expectativa inicial era de 2 mil campuseiros inscritos, mas
recebemos o dobro disso, tivemos que aumentar o tamanho do evento e o número de
barracas.
Como novidades tecnológicas podem dinamizar o
serviço público?
Toda Campus Party realizada no mundo tem deixado
legados. Aqui, descobrimos várias iniciativas importantes, que estavam sendo
desenvolvidas isoladamente e, com o evento, concentramos todas elas. Com a
Hackathon do governo, colocamos 80 jovens desenvolvendo soluções tecnológicas
para três áreas importantes, que são a segurança, a educação e a mobilidade. No
caso do ensino, o grupo tentou resolver problemas tecnológicos do sistema do
Telematrícula. A Câmara Legislativa também trouxe um laboratório de inovação
para discutir como usar a tecnologia para se aproximar dos cidadãos.
Em um momento de grave crise econômica, como
reduzir a taxa de desemprego, que hoje é de cerca de 20% no DF?
Cada vez menos, usamos o termo geração de emprego;
acho que o foco deve ser na geração de renda. Até 2030, cerca de 60% das
profissões vão desaparecer e outras vão surgir. Se não mudar a forma de educar,
haverá um colapso nas próximas décadas. O Uber, por exemplo, não é um mecanismo
de geração de emprego, mas de geração de renda. Muitas das profissões do futuro
são ocupações, youtubers, desenvolvedores de jogos, por exemplo. Teremos menos
atividade braçal e mais atividade mental e intelectual. Por isso, esse evento é
tão importante.
O seu partido, o PDT, tem pré-candidato à
Presidência, o ex-ministro Ciro Gomes. Como isso vai influenciar o cenário
político do DF?
Falta um ano e meio para as eleições, esse tempo é
uma eternidade na política. Não gosto de fazer muita conjectura, tenho olhado
mais para o cenário local. Me preocupa mais que Brasília consiga sair da crise
e eu tenho orgulho de fazer parte do governo de uma pessoa tão bem-intencionada
e focada em arrumar a casa. Me preocupo mais com a vinda de alguém que possa
desfazer esse trabalho.
Acha que Joe Valle, que é do seu partido, deve
concorrer ao governo?
Tenho uma proximidade grande com o Joe, ele tem
sido meu professor. Temos conversado com o governador para fazermos uma
construção coesa, deixando de lado pretensões pessoais. O Joe tem dito que não
tem posicionamento definido mas que seu objetivo é concorrer a deputado
federal. Eu acredito na união, porque uma ruptura neste momento seria muito
negativa.
Por Ana
Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense