Henrique Constantino disse ao MPF que Temer deu aval à doação de R$ 10
milhões a colegas do PMDB. Ex-vice-governador teria recebido R$ 1 mihão
O
empresário Henrique Constantino, cofundador da Gol Linhas Aéreas, relatou a
procuradores do Ministério Público Federal que o presidente Michel Temer
validou propina de R$ 10 milhões a diversos políticos do PMDB em 2012, ano
em que o peemedebista era vice-presidente da República. As doações ilegais
teriam sido feitas por empresas de Constantino, que atualmente tenta alinhavar
um acordo de delação premiada. A informação é do jornal O Globo.
A
contribuição ilegal de R$ 10 milhões teria sido uma compensação por pedidos
feitos pelo Grupo Comporte, de Constantino, junto ao governo federal e ao
Governo do Distrito Federal. Tadeu Filippelli (PMDB), então vice-governador do
DF, seria um dos beneficiados pelas doações irregulares.
No depoimento, o dono da Gol disse que os pagamentos foram acordados em
um encontro entre ele e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), hoje preso no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo
Constantino, Cunha o teria levado a Temer para validar o acordo.
Mas o deputado não falou sobre propina na presença de Temer. Contudo,
ressaltou o compromisso do grupo de empresas de Constantino em apoiar o
partido e o grupo político de Temer. Constantino conta que entendeu a
mensagem como uma forma de avalizar os pagamentos.
Além de
Cunha e Temer, outro ex-presidente da Câmara teria participado do
encontro: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também preso por
desdobramentos da Lava Jato.
Segundo
Henrique Constantino, a propina foi paga por meio de contas e empresas
indicadas por Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha, o operador financeiro de
Cunha, Lúcio Funaro, e Filippelli. Ao menos R$ 1 milhão teria sido
destinado a Filippelli. O dono da Gol afirma que o dinheiro do
ex-vice-governador foi pago ao escritório Alcoforado Advogados Associados,
de Brasília. O escritório é de Luís Carlos Alcoforado, que advogou para o
ex-governador Agnelo Queiroz (PT).
Até a
última atualização desta reportagem, Temer não tinha respondido se houve
encontro com Constantino não contemplado na agenda oficial do presidente. O
advogado de Filippelli, Alexandre Queiroz, disse que ainda não teve acesso à
delação e que não iria se pronunciar.
Já
Alcoforado disse ao Metrópoles que nunca teve relação profissional com Filippelli.
“Nunca advoguei para ele ou para o PMDB de forma que me credenciasse a
receber qualquer dinheiro lícito ou ilícito em nome dele”. O advogado afirmou
ainda que jamais teve qualquer proximidade com a família Constantino.
“Toda essa história se mostra fantasiosa e, por isso, vou processar todas essas
pessoas, pois elas têm causado prejuízos à minha vida profissional e pessoal”,
finalizou.
Filippelli
preso
Ao lado
de outros políticos do DF — com os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e
Agnelo Queiroz —, Filippelli foi detido em 23 de maio, com a deflagração
da Operação Panatenaico, da Polícia Federal. As autoridades investigam a
acusação de que 10 pessoas receberam propina pela empreiteira Andrade Gutierrez referente
à construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Na
ocasião, o advogado Luís Carlos Alcoforado foi conduzido coercetivamente para
prestar esclarecimentos, pois ele foi apontado como intermediador de propina
de R$ 600 mil destinada a Agnelo.
Todos os
envolvidos negaram irregularidades. Em 31 de maio, todos os detidos foram
soltos por decisão do desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região.
Felipe
Moraes - Suzano Almeida - Foto: Michael Melo - Metrópoles
O presidente Michel Temer jamais soube que Eduardo Cunha tenha feito qualquer tipo de acordo com Henrique Constantino #SecomPR
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