No dia 9 de dezembro
de 2004, a estudante de pedagogia da UnB Maria Cláudia Del’Isola, de 19 anos,
desapareceu quando saía de casa para a faculdade. A família acionou as
autoridades que, inicialmente, acreditaram tratar-se de um sequestro. Três dias
depois, policiais foram à casa da família, no Lago Sul, para instalar escutas
telefônicas e esperar um possível contato dos criminosos. Foi então que um dos
agentes sentiu um forte cheiro vindo de um depósito que ficava embaixo da
escada.
Ao abrir a porta, o policial viu um monte de terra
fofa e úmida cobrindo um cadáver: era Maria Cláudia. Seu corpo foi encontrado
deitado de bruços, com os braços amarrados para trás, sem calcinha e com sinais
de violência sexual. A cabeça estava envolta em um saco plástico. Nesse
momento, a empregada doméstica Adriana de Jesus dos Santos, 20 anos, estava na
cozinha e começou a chorar. Adriana morava com a família Del’Isola há dois
anos, junto com o filho de 5 anos e o companheiro, o caseiro Bernardino do Espírito Santo, 30 anos.
Abordada pelos agentes, a doméstica acusou Bernardino de ser o autor do
crime. Naquele momento, o caseiro já havia fugido para a Bahia, onde foi
capturado no dia 20 de dezembro, bebendo cerveja em uma praia de Salvador.
Segundo as investigações, ambos foram cúmplices no
crime. Adriana sentia raiva e ciúme de Maria Cláudia, e convenceu e ajudou
Bernardino no estupro e assassinato. Os dois foram a júri popular e receberam a
sentença de 52 anos de prisão. Descobriu-se, também, que o caseiro havia
cometido um estupro e tentativa de homicídio de uma menina de 13 anos apenas
alguns meses antes do assassinato no Lago Sul.
Os dois criminosos continuam presos, mas receberam,
no fim do ano passado, o benefício para progressão ao regime semiaberto, pois
já cumpriram um sexto da pena e apresentam bom comportamento. A família
Del’Isola, no entanto, luta para que isso não aconteça.
Histórias de Brasília – Jornal de Brasília