A capital do país ganha novas cores com a floração dessas árvores
peculiares. Aproveite, tire uma foto e publique nas redes sociais com
a hashtag #MissãoFlamboyant. As mais belas imagens serão publicadas
no Instagram do Correio
*Por Walder Galvão
A seca está indo embora, a cidade começa a
esverdear com as chuvas e outras tonalidades de cores surgem com vigor e
beleza. Tons de vermelho, laranja e amarelo passam a fazer parte das vias e
alamedas brasilienses. Está aberta a temporada de flamboyant! A árvore natural
da ilha de Madagascar está presente no cenário brasiliense desde a
década de 1960. Responsáveis por produzir sombra e arborizar os espaços
públicos, as mais de 7 mil árvores jovens e adultas plantadas no Distrito
Federal, segundo levantamento da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do
Brasil (Novacap), começam a florir. Toda segunda-feira, o Correio vai
publicar as melhores fotos captadas pelos leitores dessas belas espécies no
Instagram do jornal. Para participar, basta publicar uma foto de sua autoria de
um flamboyant com a hashtag #MissãoFlamboyant na sua própria
rede social.
O nome
flamboyant é de origem francesa e está relacionado à cor da floração vermelha amarelada, que
lembra uma chama. No Plano Piloto existe pelo menos um exemplar em cada
superquadra. A maioria está concentrada nas quadras 209, 210 e 211 Sul, no
Zoológico, na região da Universidade de Brasília e no Eixo Monumental.
Genivalda Monteiro: natureza é capaz de dar um sentimento tão belo
e gratuito para gente
Para cultivar o flamboyant, é necessário ter um grande espaço.
Especialista de engenharia florestal e professora do curso de engenharia e
arquitetura do Centro Universitário Iesb, Roberta Maria Costa Lima
explica que as raízes do espécime podem quebrar a calçada e danificar
até mesmo as edificações. “O flamboyant deve ser plantado com no mínimo cinco
metros de distância de qualquer construção. Elas devem ser cultivadas em
fazendas ou terrenos com um grande espaço. Não há segredo para cuidar deles, já
que se adaptam bem ao cerrado local”, explica.
Floresta
Para os brasilienses, o flamboyant carrega diversos significados. O
aposentado Francisco dos Santos, 73 anos, acompanhou a arborização de Brasília
e viu os primeiros flamboyants florescerem. Ele chegou à capital do
país há cerca de 50 anos. “Lembro-me que todas as árvores não passavam de
pequenos tocos. Ajudei na construção de prédios da Asa Sul e vi ipês
e flamboyants crescendo”, afirma. Para ele, as árvores
características de Brasília viraram um cartão postal, igual o Lago Paranoá ou a
Esplanada dos Ministérios. “Vim do Amapá e vi o Plano Piloto se tornar uma
cidade dentro de uma floresta”, diz. Francisco mora na Vila Telebrasília, mas
vai frequentemente até a Asa Sul para aproveitar a paisagem das árvores.
Rodrigo Soares: Faço vários ensaios de casais e de noivas. Eles pedem
para irmos até as árvores para fazer o trabalho
As árvores da capital do país também são alvo daqueles que buscam os
cliques fotográficos. O fotógrafo Rodrigo Soares, 36 anos, conta que os
ipês e os flamboyants são os preferidos para aqueles que contratam o
serviço dele. “Nesta época, faço vários ensaios de casais e de noivas. Eles
pedem para irmos até as árvores para fazer o trabalho. As flores dão até um ar
de romance”, explica
Francisco dos Santos: ajudei na construção de prédios da Asa
Sul e vi ipês e flamboyants crescendo
Quem sai das regiões administrativas para trabalhar na área central de
Brasília tem um agrado diário no caminho do trabalho. A
diarista Genivalda Monteiro, 56 anos, conta que a paisagem de
flamboyants da Octogonal, local onde trabalha, amenizam a rotina do dia. “Entro
no serviço às 7h. Quando desço do ônibus, já sinto uma paz. A
natureza é capaz de dar um sentimento tão belo e gratuito para gente”,
reconhece. A diarista mora no Recanto das Emas e lamenta não ter exemplares dos
espécimes na região.
(*) Walder Galvão – Fotos: Ed Alves/CB/D.A.Press – Ana
Carneiro/CB/D.A.Press – Correio Braziliense