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É sempre bom aplaudir...

É sempre bom aplaudir...

*Por Jane Godoy 

E como a gente gosta de fazer isso. Sempre com uma visão otimista, sonhadora até, vamos seguindo o nosso caminho, procurando “louvar o que bem merece e deixar o ruim de lado”.

No entanto, não temos conseguido deixar de lado o que nos incomoda, o que nos causa muita tristeza de ver se deteriorando ou já em completo abandono, o que consideramos ruim. E em críticas mais do que construtivas, vamos deixando aqui os nossos comentários, ideias e, quem sabe, até soluções que, otimistas que somos, achamos que um dia poderão dar certo.

Mas hoje, não. Hoje cresceu em nós uma vontade muito grande de aplaudir e (por que não?) compartilhar com os nossos leitores.

No último dia 20, precisei ir a Sobradinho. No caminho, já conhecendo a grande obra em torno da Ponte do Bragueto, a gente passa a torcer para que tudo dê certo e solucione mesmo, com sucesso, aquele problema antigo, que tanto os moradores do Lago Norte e da  Asa Norte, além de quem passa por lá, sempre tiveram que enfrentar. Maravilha! Aquilo tudo está de pernas para o ar, muita poeira e confusão, mas é para melhorar, claro.

Seguindo em frente, tomando a direção de Sobradinho, eis que nos deparamos com uma surpresa: uma obra gigantesca, de onde surge o que deverá ser enorme viaduto, mais vias laterais e trevos que, parece, vão melhorar muito aquele trânsito caótico que, agora, tivemos oportunidade de presenciar.

Nossa torcida para que tudo fique pronto e inaugurado no mais curto espaço de tempo possível já começou a fazer parte de nosso reforço positivo, para que aquela obra venha a beneficiar e descomplicar a vida daqueles trabalhadores que, exaustos depois de um longo dia, têm que enfrentar um verdadeiro martírio para chegar em casa.

Mesmo aplaudindo com entusiasmo tudo o que vimos, confessamos que não desistimos de nossa teoria de que, na verdade, precisamos é procurar tirar tantos carros das ruas e, sim, melhorar o transporte coletivo, com uma engenharia inteligente e sábia, que possa facilitar a vida dos cidadãos que, “em tempos bicudos”, precisam é reduzir o consumo de combustível e da poluição causada por sua queima, em tráfegos parados, como também poupar os bolsos de cada um.

Já perdemos a conta do quanto escrevemos neste espaço sobre a necessidade da ampliação das linhas do metrô nesta cidade, que, bondosa, oferece a sua topografia plana e fácil para a construção de belas linhas de metrô de superfície, abrangendo as cidades ainda carentes desse meio tão veloz e eficaz de transporte: Gama, Sobradinho, Águas Lindas, Cidade Ocidental, Jardim Ingá, Valparaíso e Luziânia (esses em conjunto com o Estado de Goiás), Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Núcleo Bandeirante.

Não é um sonho? Fácil de realizar! Basta querer. Com vontade. Com o metrô de superfície, aquele que tiver a coragem e o desejo ardente de encarar ficará com o nome gravado para sempre na memória do povo de Brasília.

É preciso, acima de tudo, pensar na população sofrida e sacrificada. Não só na hora de visitar as comunidades pedindo votos, mas melhorando mesmo as condições de trabalho e qualidade de vida desses que, trabalhadores braçais e abnegados cidadãos, não recebem nunca as melhorias que tanto merecem.

Ampliar viadutos, aumentar e alargar pistas é uma boa solução a curto prazo. No futuro, não tão distante, com o crescimento da população e dos jovens que se tornarão motoristas, tudo voltará a ficar como antes.

Por que então, inteligentemente, não usar as duas coisas? Queremos aplaudir sempre. Adoramos aplaudir. Aplauso dobrado, então...

(*) Jane Godoy – Coluna 360 Graus -  Foto: Breno Fortes/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

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