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Fake News Parece brincadeira, mas não é

Parece brincadeira, mas não é

A guerra contra as notícias falsas (fake news, em inglês) promete ser um dos temas centrais do ano que acaba de começar. Especialmente no Brasil, onde uma campanha eleitoral extremamente polarizada deve tentar arrastar mais que votos, mas consciências para os dois lados. Definitivamente, 2018 não será um ano para amadores.

Um levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para Acesso à Informação (Gopopai), da Universidade de São Paulo (USP), realizado em 2017, revelou que, somente nas redes sociais, 12 milhões de brasileiros já compartilharam informações inverídicas sobre política. Fora do país, o FBI apontou que as fake news influenciaram, por exemplo, o resultado das eleições dos Estados Unidos.

As notícias que mais “enrolam” o leitor aparentam ser verdadeiras. Em certo grau, poderiam ser verdade ou remontam situações para parecerem mais confiáveis. Ao contrário do que se pensa, não são falsas apenas aquelas notícias irônicas ou sensacionalistas. As mais perniciosas buscam disseminar boatos com informações inverídicas sobre pessoas, partidos políticos, países, políticas públicas e coisas do gênero. Elas não parecem mentirosas, e esse é o perigo.

A popularização da internet fez disseminar os sites, blogs e páginas em redes sociais que alegam oferecer conteúdo informativo. A pulverização das redes e aplicativos de mensagem ajuda a propagar essas notícias como um rastilho de pólvora. Com a polarização política, a tendência é que as pessoas acreditem nas notícias que corroboram sua opinião, nas chamadas “bolhas sociais”, em que o compartilhamento ocorre ainda mais rapidamente. Acontece que, muitas vezes, as informações disseminadas são inexatas, exageradas ou simplesmente erradas.

As notícias falsas não são uma brincadeira de mau gosto. São assunto sério, servem a interesses complexos e garantem vultosos ganhos políticos e financeiros a grupos específicos. Desafio para o eleitor, 2018 promete também ser decisivo para a imprensa, que precisa se engajar no combate às notícias falsas pela própria essência do trabalho jornalístico profissional. Apuração dos fatos, checagem de informações e entrevistas com diversas partes envolvidas na situação em questão são o que garante ao leitor a exploração das diferentes versões do fato reportado.

O Facebook já mudou suas regras mais de uma vez e, progressivamente, aperta o cerco contra os produtores e disseminadores de notícias falsas. Em parceria com veículos tradicionais de imprensa, a rede social se engaja na luta contra as inverdades. Ao leitor cabe fazer sua parte: estar atento à procedência da informação, buscar a reportagem de qualidade, com várias fontes, de lados diferentes da questão, e certificar-se da confiabilidade da notícia antes de compartilhá-la.


Visão do Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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