A eleição deste ano tem tudo para ser a mais cara
da história de Brasília. Cara para o cidadão comum, que bancará o fundo público
eleitoral, espécie de banco de fomento das campanhas dos candidatos com
mandato.
Aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, o
tal fundo — que não é o mesmo que o fundo partidário — joga no bolso dos
políticos profissionais mais R$ 1,7 bilhão dos cofres públicos. Com isso, cada
nobre deputado tem reservado para torrar na campanha mais de R$ 2,3 milhões.
Para ter alguma chance na disputa, os candidatos
novatos precisarão desembolsar muita grana e assim competir com quem tem o
privilégio do mandato. A lei foi feita sob medida para tentar, com a força da
grana, impedir uma renovação política, o que beneficiará os grandes partidos,
perpetuando-os no poder.
E o dinheiro não é o único aspecto sórdido da
campanha deste ano. Sem tempo de televisão, pequenos partidos e novas legendas
terão mais dificuldade de eleger seus candidatos. As 11 vagas do Distrito
Federal para o Congresso Nacional e as 24 da Câmara Legislativa valerão ouro.
Menina de ouro no PSB
A medalhista olímpica Leila Barros se filia ao PSB
esta semana. Será preferencialmente candidata a deputada federal ou senadora. A
conquista pela filiação é do próprio Rollemberg, que negociou pessoalmente com
a secretária de Esportes e ex-jogadora de vôlei.
O xadrez eleitoral candango
Cristovam Buarque, Joe Valle, Alírio Neto e o
pastor Wanderlei têm encontro marcado na segunda-feira. A expectativa é que,
enfim, fechem o acordo em torno de uma chapa de terceira via. Joe, que andava
meio indeciso em lançar seu nome ao governo, deu sinais de que talvez encare a
parada. Se o presidente da Câmara Legislativa não mantiver a candidatura ao GDF
deixará Cristovam em situação solitária e delicada. É evidente que o quadro
nacional influencia diretamente o xadrez eleitoral candango. A crise das
candidaturas majoritárias, no plano maior, deixa as campanhas aqui no DF ainda
mais indefinidas. O PSB vai lançar um nome próprio ao Planalto? Ciro Gomes fará
o mesmo pelo PDT? Geraldo Alckmin terá lastro com uma candidatura do PSDB?
Peixe sem espinha
Rodrigo Rollemberg está certo de que Joaquim
Barbosa se filiará ao PSB até sexta-feira. Ele e o ministro aposentado do STF
almoçaram na Sexta-Feira Santa. Conversaram sobre a grave crise política
nacional, seus desdobramentos e a possibilidade de o partido ter o relator do
Mensalão como candidatura própria à Presidência da República.
Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio
Braziliense – Fotos/Ilustração: Blog-Google