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Quando o conhecimento cede lugar à baderna. Plantação e colheita

Quando o conhecimento cede lugar à baderna. Plantação e colheita

*Por Circe Cunha

Com a proximidade das eleições, as ocorrências de invasões de terras públicas aumentam a cada dia — um fenômeno que se repete sempre ante a perspectiva de mudança de governo — e, consequentemente, de orientação quanto aos procedimentos de fiscalização e de derrubada de barracos.

Neste período que antecede às campanhas, também muitos políticos de olho nas oportunidades que se apresentam, passam não só a incentivar a ocupação irregular de áreas públicas, como a organizar cada detalhe das invasões, visando colher votos das pessoas e de seus familiares, a quem prometem lutar, se eleito ou reeleito, na regularização dessas terras.

Trata-se de prática que ocorre por décadas e que, na maioria dos casos, acaba resultando em legalização das ocupações. Com a entrada de movimentos sociais que têm na invasão de terras seu principal mister, a atuação dos políticos parece ter adquirido maior capacidade de êxito. Trabalhando em conjunto com o Movimento de Trabalhadores Sem- Teto (MTST), políticos locais, de olho numa vaga na Câmara Legislativa, têm sondado essas invasões, buscando servir de futuro intermediário entre invasores e o governo caso sejam eleitos.

A atuação desses indivíduos que se prontificam a agir como despachantes dos invasores ajuda a aumentar o número de ocupações, justamente porque vendem a ilusão de que, uma vez eleito, procederá para impedir, perante os órgãos de governo, a derrubada de construções irregulares. Tem sido assim desde que a capital foi emancipada politicamente.

A transformação de terras públicas em moeda de transações políticas favorece as ocupações por todo o DF. Com isso, as questões fundamentais de planejamento urbano, essenciais para a vida da metrópole, são postas de lado, o que acaba acarretando para os cidadãos o congestionamento de todos os serviços públicos, a precariedade no abastecimento de água e na coleta de esgoto, no colapso da segurança e de outros serviços públicos.

A ocupação de uma extensa área na localidade do Sol Nascente, em Ceilândia, que acontece neste momento, exemplifica bem o modus operandi que une pretensas lideranças locais e o MTST. Em poucas horas, a ocupação ilegal passou de pouco mais de 800 pessoas para quase 2 mil invasores, que se abrigam sob tendas de lona improvisadas e contam com o apoio logístico dos oportunistas de ocasião, que disponibilizam carros, vans, camionetes e caminhões, suprem os invasores com bens essenciais à permanência no local.

Apanhado de surpresa, o GDF se comprometeu a fazer um mutirão de cadastramento das famílias para ver a possibilidade de encaixá-las dentro de algum programa de moradia. Com isso, a história vai se repetindo, num ciclo sem fim, cujos efeitos se fazem sentir na queda brusca da qualidade de vida da capital, negociada por gente sem comprometimento com a cidade e com o futuro dos brasilienses.

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A frase que foi pronunciada
"Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros"
(Benjamim Franklin)

Continua
»Recebemos uma missiva sobre a situação da UnB dizendo o seguinte: “Inacreditável não é o fato de existirem malucos capazes de dizer essas palavras ocas; espantoso é ver uma universidade de mais de 40 mil pessoas se deixar dominar por tamanha estupidez e seus propagadores. Essa história de que a educação salvará o país é uma grande balela. A prova está aí: 40 mil professores e estudantes universitários se deixando levar a cabresto por meia dúzia de salafrários. Leia o panfleto no blog do Ari Cunha.

Reitoria comunica
»Tendo em vista os prejuízos que decorrerão da continuidade da ocupação do prédio da reitoria, a Administração propôs ao movimento uma reunião em 21 de abril. O movimento se recusou a participar do encontro, alegando ser feriado, o que consideramos uma resposta inadmissível em face da gravidade da situação, com implicações para toda a comunidade universitária.

Liberdade
»A administração não tem conseguido qualquer acesso ao prédio da reitoria, em razão da intransigência e oscilações na direção do movimento de ocupação. Desde 16 de abril, as cerimônias de colação de grau têm sido realizadas sem a entrega dos diplomas. As pessoas que dependem do documento para trâmites profissionais estão sendo seriamente prejudicadas com isso.


(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido) – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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