Pátria de chuteiras
*Por Severino Francisco
Que me desculpem os entendidos, mas
também entrarei em campo para dar as minhas caneladas sobre a Copa. Na verdade,
eu pensei que pouca gente ligaria para nossa Seleção depois dos 7 x 1
traumáticos contra a Alemanha em 2014. A tragédia futebolística teve um lado
positivo: implodiu com o projeto político de erguer arenas superfaturadas para
roubalheiras milionárias e bilionárias. Aquilo talvez tenha sido castigo de
Deus pela corrupção, segundo o craque Tostão.
O pior é que não extraímos todas as consequências, reflexões e lições da hecatombe. A nação deveria parar e repensar as suas prioridades. Estava tudo errado. Foi preciso a Operação Lava-Jato investigar os esquemas ilícitos para desnudar o absurdo do projeto que alimentava a construção de arenas caríssimas enquanto hospitais, escolas e os sistemas de segurança pública se desmoronam.
Mas, quando começou a Copa, me surpreendi com os bares com telões, as bandeirinhas nos carros, as roupas com as cores da Seleção. A Copa ressuscitou o amor pelo Brasil. Talvez seja a busca de uma identidade perdida.
Tite fez um belo trabalho nas Eliminatórias, mas ter se transformado em unanimidade não foi bom para a Seleção. Equilíbrio, mérito e planejamento são algumas das palavras-chaves do comandante de nosso time. No entanto, ele falhou ao levar para a Copa cinco contundidos: Fagner, Fred, Renato Augusto, Douglas Costa e Neymar. Douglas Costa é veloz, tem explosão, vive fase excelente, mudou o jogo contra a Costa Rica. Entretanto, acumula um histórico de lesões musculares que o tiraram de várias convocações, inclusive das Olimpíadas.
Em princípio, o Brasil teria chances da ganhar o hexa. Mas o grande drama são as contusões e a convocação equivocada. Em 2010, Dunga olhava para o banco e tinha o Grafite para mudar o jogo. Agora, Tite conversa com o auxiliar e só tem Taison inteiro. Seria melhor se ele olhasse para o banco e visse Vinicius Júnior, David Neres, Marcos Paquetá, Arthur ou Rodrygo, os meninos brasileiros que estão voando, enquanto Tite levou vários baleados. Tite disse que convocou Taison porque ele jogou mais de 80 partidas internacionais. Então, se o cara é tão bom assim, bota para jogar.
Até o fim de semana, Cristiano Ronaldo era um deus e a Espanha era uma das favoritas ao título. CR7 perdeu um pênalti contra o Irã e a Espanha se classificou no último minuto da prorrogação contra o Marrocos, depois de ter o gol de empate anulado pelo juiz e validado pelo árbitro de vídeo. O VAR foi o craque decisivo da partida. Na Copa, tem muita gente proferindo sentenças com ares de juízo final. Mas os deuses não param de jogar os seus dados e embaralhar tudo.
O pior é que não extraímos todas as consequências, reflexões e lições da hecatombe. A nação deveria parar e repensar as suas prioridades. Estava tudo errado. Foi preciso a Operação Lava-Jato investigar os esquemas ilícitos para desnudar o absurdo do projeto que alimentava a construção de arenas caríssimas enquanto hospitais, escolas e os sistemas de segurança pública se desmoronam.
Mas, quando começou a Copa, me surpreendi com os bares com telões, as bandeirinhas nos carros, as roupas com as cores da Seleção. A Copa ressuscitou o amor pelo Brasil. Talvez seja a busca de uma identidade perdida.
Tite fez um belo trabalho nas Eliminatórias, mas ter se transformado em unanimidade não foi bom para a Seleção. Equilíbrio, mérito e planejamento são algumas das palavras-chaves do comandante de nosso time. No entanto, ele falhou ao levar para a Copa cinco contundidos: Fagner, Fred, Renato Augusto, Douglas Costa e Neymar. Douglas Costa é veloz, tem explosão, vive fase excelente, mudou o jogo contra a Costa Rica. Entretanto, acumula um histórico de lesões musculares que o tiraram de várias convocações, inclusive das Olimpíadas.
Em princípio, o Brasil teria chances da ganhar o hexa. Mas o grande drama são as contusões e a convocação equivocada. Em 2010, Dunga olhava para o banco e tinha o Grafite para mudar o jogo. Agora, Tite conversa com o auxiliar e só tem Taison inteiro. Seria melhor se ele olhasse para o banco e visse Vinicius Júnior, David Neres, Marcos Paquetá, Arthur ou Rodrygo, os meninos brasileiros que estão voando, enquanto Tite levou vários baleados. Tite disse que convocou Taison porque ele jogou mais de 80 partidas internacionais. Então, se o cara é tão bom assim, bota para jogar.
Até o fim de semana, Cristiano Ronaldo era um deus e a Espanha era uma das favoritas ao título. CR7 perdeu um pênalti contra o Irã e a Espanha se classificou no último minuto da prorrogação contra o Marrocos, depois de ter o gol de empate anulado pelo juiz e validado pelo árbitro de vídeo. O VAR foi o craque decisivo da partida. Na Copa, tem muita gente proferindo sentenças com ares de juízo final. Mas os deuses não param de jogar os seus dados e embaralhar tudo.
(*) Severino Francisco – Jornalista, colunista do Correio Braziliense –
Foto/Ilustração: Blog - Google