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SAÚDE » Justiça mantém Icipe no Hospital da Criança - (Qualidade reconhecida)


Decisão suspende ato que afastava o Instituto da administração. O HCB é o primeiro hospital público do DF a receber um certificado da Organização Nacional de Acreditação - O presidente da Abrace, o secretário de Humberto Fonseca e o governador festejam certificado de acreditação
Um desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) suspendeu uma decisão em primeira instância do mesmo tribunal que afastava o Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) da gestão do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), após uma condenação por improbidade administrativa. O caso será julgado em segunda instância.

A Secretaria de Saúde do DF tem 90 dias para fiscalizar as atividades do Icipe e atualizar o site com as informações pertinentes, incluindo extratos de relatórios trimestrais e prestação de contas, de acordo com a decisão do desembargador Alfeu Machado, que suspendeu provisoriamente a determinação do MPDFT que impede a participação do Icipe em contratos públicos por três anos.

A decisão não garante a permanência indefinida do Instituto na gestão do HCB, mas permite que ele participe do chamamento público que será realizado para selecionar a gerência entre 2019 e 2023.“O Hospital da Criança vai continuar funcionando com esse modelo de gestão e teremos, nos próximos meses, um novo chamamento para a continuação a partir de fevereiro do ano que vem”, comentou o secretário de Saúde, Humberto Fonseca.

Mobilização
Com base em denúncia da 2ª Promotoria de Defesa da Saúde (ProSus) do Ministério Público do DF (MPDFT), o juiz titular da 7ª Vara da Fazenda Pública, Paulo Afonso Cavichioli Carmona, condenou o Icipe em dezembro, por descumprir os requisitos para o contrato de gestão do HCB. A decisão comoveu funcionários, pacientes e parentes dos pacientes, que, em abril, fizeram um abraço simbólico no hospital, no Setor de Áreas Isoladas Norte.

No início do mês, a procuradora de Justiça do MPDFT, Ruth Kicis Torrents Pereira, manifestou-se a favor da permanência do Icipe na gestão do hospital. Ela pediu a reversão da condenação. “Os agentes participantes dos atos questionados na ação de improbidade administrativa estão se movendo no intuito de regularizar as pendências relativas à qualificação do requerente enquanto organização social, bem como para fazer cumprir os comandos legais relativos aos contratos de gestão firmados”, observou a procuradora no documento.

As pendências citadas pela procuradora são voltadas ao Governo do Distrito Federal, que deve realizar um procedimento administrativo para qualificar o Icipe como organização social, realizar a contratação de funcionários para o hospital mediante concorrência ampla e critérios objetivos de seleção, divulgar o programa de trabalho, fiscalizar periodicamente as atividades do Icipe e realizar chamada pública, com ampla divulgação das condições propostas para o contrato de gestão.

Para o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), não há mais risco de o Icipe deixar de administrar o HCB. “Ficou muito claro para o Ministério Público, para a Justiça, para todos os órgãos de controle a excelência do serviço prestado”, destacou.

Qualidade reconhecida
Maria e o filho: Nunca tive problema com atraso de consultas
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar recebeu da Organização Nacional de Acreditação (ONA), em evento realizado na manhã de ontem, o certificado de acreditação, que atesta a qualidade dos serviços prestados em saúde. 

O HCB se tornou o primeiro hospital público do Distrito Federal e o primeiro pediátrico do Centro-Oeste a receber o documento, concedido após visitas e entrevistas com funcionários e pacientes, além da análise de prontuários.

Entre os aspectos destacados estão a humanização no atendimento, disponibilização de transporte gratuito para pacientes de hemodiálise e rastreabilidade de medicamentos. A avaliação apontou que 99% dos pacientes atendidos estão satisfeitos com os serviços prestados.

A dona de casa Maria Aparecida Ribeiro, mãe de João Pedro Ribeiro, é uma das pessoas satisfeitas com o trabalho. O filho dela faz tratamento com gastroenterologista e neurologista desde 2011, quando o hospital foi inaugurado. “Os médicos que acompanham meu filho são muito atenciosos e eu nunca tive problema com atraso de consultas”, elogiou.

Desde a inauguração, o hospital realizou mais de 2,8 milhões de atendimentos, entre os quais 43 mil sessões de quimioterapia. Ali, são atendidas crianças de 28 dias a 18 anos, integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


 
(*) Correio Braziliense   - Fotos: Antonio Cunha/CB/D.A.Press – C.B





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