"Jofran não quer abrir mão dos princípios éticos e morais, que
sempre carregou junto, desde rapaz" – (Denise Frejat)
Ela tinha grandes chances de se tornar a primeira-dama do Distrito
Federal. Mesmo com o marido à frente de todas as pesquisas de intenção de
votos, Denise Frejat, casada há 21 anos com o médico Jofran Frejat, foi uma das
grandes incentivadoras da decisão do marido de abandonar a vida pública. Mais
do que desistir da candidatura ao Palácio do Buriti, Frejat decidiu nunca mais
concorrer.
A senhora está aliviada com essa decisão do Frejat?
Agora, estou. Havia aflição sobre a decisão e muita
pressão das pessoas. Acho que, agora, os ânimos acalmaram. Todo mundo vai
seguir um outro rumo, buscar um outro caminho, que eu espero que seja tão bom
quanto o que estávamos vislumbrando.
Há alguns dias, a senhora postou uma nota no
Facebook dizendo que vocês tinham uma responsabilidade e não ficariam fora do
cenário. Como vão participar do processo?
Nós, eu, você, todo mundo tem de participar. Foi
essa a minha mensagem. Acho que todo cidadão, todo eleitor precisa participar.
Ele tem de conhecer o candidato, o histórico, o comprometimento com a
comunidade, para saber escolher melhor. Para não escolher pessoas que não estão
preocupadas com as questões da cidade.
Então sua mensagem foi para o eleitor escolher
melhor. Mas não acha que Frejat seria o melhor?
Acho que ele era uma opção muito boa, porque tem um
histórico de administração pública incrível. Mas acho que é possível
encontrarmos outros caminhos. É imprescindível. Se não tivermos coragem para
enfrentar e buscar, como vai ser o amanhã?
O que a senhora entende que Frejat quis dizer com a
frase “não vou vender minha alma para o diabo”?
Jofran não quer abrir mão dos princípios éticos e
morais, que sempre carregou junto, desde rapaz. Pela história, pelo convívio
familiar, pelo conhecimento que temos da vida, ele sempre foi uma pessoa que
prezou pelos princípios morais e éticos. E ele não queria abrir mão disso. Às
vezes, em meio àquelas conversas e discussões, observando aqui e ali,
percebe-se que o grupo que vai se formando é difícil de administrar. São coisas
divergentes que não combinam.
Dá para fazer política no Brasil hoje sem vender a
alma para o diabo?
Com certeza. Ele fez por mais de 40 anos.
Dá para governar o DF sem vender a alma para o diabo?
Acho que sim. Mas é necessário muito trabalho e
disposição.
Ana Maria
Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense