Brasília celebra Dia Nacional do Ciclista - Núbia e Luiza, tia
e filha de Pedro Davison, atropelado em 2006, participaram do evento
O Dia Nacional do Ciclista foi celebrado ontem com um café da manhã no
Eixão. Na altura da 213 Sul, integrantes da ONG Rodas da Paz comemoraram a data,
instituída pela Lei nº 13.508, de 2017. Próximo ao local fica a bicicleta
branca que homenageia o ciclista Pedro Davison, atropelado em 19 de agosto de
2006.
O coordenador da ONG, Bruno Leite, explica que o objetivo do
evento era celebrar a vida e a constante luta por ruas mais seguras. “O
atropelamento do Pedro foi para júri popular e considerado homicídio doloso.
Representa um marco na luta pela paz no trânsito”, afirma.
Núbia Melo, 61 anos, tia de Pedro Davison, participou do café da manhã
de confraternização e conscientização. “A gente não podia deixar que isso fosse
em vão”, disse. Ela lamenta que, em uma cidade tão propícia ao uso dessa forma
de locomoção, ainda aconteçam tantos crimes de trânsito.
Há 10 meses, Renata Aragão, 59, perdeu o filho Raul. Ele foi atropelado
enquanto andava de bicicleta na L2 Norte. “Ele era um cicloativista, realmente
vivia a bicicleta”, relembra. Para ela, a consolidação do Dia Nacional do
Ciclista é uma conquista importante, mas, sozinha, não determina nada.
Renata foi vestida de palhaça e com um gorro de papai noel, a forma
singela que encontrou de homenagear Raul. A mãe conta que era assim que ele se
vestia para participar de eventos com crianças. “Eu já participava das ONGs e
ia aos eventos em apoio a ele, o Raul me envolvia. Depois da da morte dele eu
passei a me envolver com mais responsabilidade.”
Vários ciclistas passaram pelo café da manhã. Também foram distribuídos
balões brancos a todos os ciclistas que passeavam pelo Eixão do Lazer neste
domingo, como forma de parabenizá-los pela data e também como ferramenta de
conscientização.
Marina Adorno – Fotos: Ana Raissa/CB/D.A.Press – Blog/Google – Correio
Braziliense