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Teatro Galpão - (O Teatro Galpão do Espaço Cultural Renato Russo da 508 Sul, recém-inaugurado, nasceu de um jeito bem brasiliense: foi invadido....)


Teatro Galpão

O Teatro Galpão do Espaço Cultural Renato Russo da 508 Sul, recém-inaugurado, nasceu de um jeito bem brasiliense: foi invadido. A ideia partiu do ator e diretor João de Antônio, que era assessor de teatro da Fundação Cultural do DF. Ele percebeu que havia dois galpões de depósito vazios e sugeriu a Ruy Pereira da Silva, diretor da Fundação, e a Wladimir Murtinho, secretário de Cultura, que os prédios fossem invadidos e transformados em teatro.

E, assim, nascia o Teatro Galpão e, mais tarde, o Teatro Galpãozinho. Naquela época, existia um movimento de teatro amador muito forte na cidade, sem espaço para mostrar o trabalho. Os conselheiros da Fundação não permitiam aos iniciantes usar a Sala Martins Pena. O Galpão foi uma festa para os grupos locais.

João Antônio queria fazer uma ocupação com uma montagem inteiramente de Brasília. Conseguiu um texto do jornalista e dramaturgo Luiz Gutemberg, O homem que enganou o diabo e ainda pediu troco. Laís Aderne montou a peça com atores de vários grupos. Zaíra Milne apresentou João a Mauro Bondi, que era estudante de arquitetura, hoje é um dos grandes nomes do patrimônio de São Paulo. E Mauro desenhou o cenário da peça, que se passava no circo. Por isso, o teatro ganhou a forma de arena. “Construímos o cenário com restos de madeira das construções da Novacap”, lembra João Antônio.

Não faltavam peças de teatro amador na cidade e João Antônio sugeriu que a pauta da sala fosse entregue à Fetadif, federação que reunia a turma do teatro. “O Teatro Galpão deu um impulso fantástico ao teatro local”, observa João Antônio.O sucesso do Teatro Galpão inspirou João Antônio a fazer uma segunda invasão em outro depósito na Novacap e daí nasceu o Galpãozinho. Então, ficou uma dobradinha perfeita: o Teatro Galpão era reservado aos grupos mais experientes e o Galpãozinho para os iniciantes.

Os dois teatros eram tão charmosos que caíram no gosto da cidade. Ficavam tão lotados que o complexo de salas chegou a ser chamado de Broadway candanga. João celebra a reinauguração das duas salas, mas adverte que, depois do fechamento, será preciso recomeçar do zero para reconquistar a cidade. “Aquela era nossa casa experimental, mas a relação com a cidade precisa ser refeita”, alerta João Antônio.
Por Severino Francisco - Colunista do Correio Braziliense - Foto: Rodrigo Nunes/CB/D,A.Press - Google - Ilustração: Blog - Google



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