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Quatro perguntas para Carlos André Almeida Machado, diretor de Negócios do Instituto Opinião Política

Quatro perguntas para Carlos André Almeida Machado, diretor de Negócios do Instituto Opinião Política
Há um alto índice de indecisão do eleitorado quanto aos candidatos ao Palácio do Buriti. O percentual pode ser considerado normal?
Já foi maior. É natural que, à medida que o pleito se aproxime, o percentual da resposta “não sabe avaliar” caia. Na pesquisa espontânea, é normal que as pessoas não lembrem os nomes dos candidatos. A 15 dias da votação, os eleitores passam a prestar mais atenção. Na pesquisa estimulada anterior (divulgada em 16 de agosto), a soma de votos nulos, brancos e indecisos dava em torno de 45%. Agora, caiu para 31%. A redução foi considerável em menos de 30 dias.

A pesquisa divulgada nesta semana indica a formação do segundo turno?
A pesquisa quantitativa é uma fotografia. Temos de tentar olhar para a tendência. Eliana Pedrosa veio numa crescente de 12,1% para 19,1%. Se continuar assim, pode ser que se garanta o segundo turno. Mas não há certeza.

É uma campanha atípica e embolada. Há um quinto candidato aproximando-se do bloco, que cresceu muito: Ibaneis Rocha (MDB) (passou de 1,4% para 7%). Com a continuidade desse ritmo, pode ser que tenhamos Eliana e mais quatro disputando as vagas do segundo turno. A partir de agora, muitas coisas podem ter impacto no quadro: fato novo, desempenho ruim em debate...

O que os candidatos empatados tecnicamente podem fazer para despontar?
Os muito conhecidos e com a maior rejeição terão dificuldade para resolver a equação. É o caso de Rodrigo Rollemberg (PSB). Apesar da diminuição da rejeição, o potencial de votos dele é difícil. Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros) e Rogério Rosso (PSD) têm de 15% a 25% a menos de conhecimento que Rollemberg e uma rejeição menor. Ou seja, detêm melhor potencial de votos. Por fim, Ibaneis é conhecido por duas a cada 10 pessoas; portanto, pode crescer muito. É difícil cravar quem estará no segundo turno.

O índice de interesse da população no pleito tende a aumentar?
É absolutamente normal crescer. Na rodada passada, tínhamos 47% das pessoas com grande ou médio interesse, e esse índice pulou para 58%. Saiu resultado da Datafolha, que mostra que a audiência do horário político foi 15% maior do que em 2014.

Espontânea
Na pesquisa espontânea — em que os entrevistados mencionam nomes voluntariamente —, o nível de indecisos é maior: 39,3%. Nesse formato, Pedrosa lidera com 9,2%. No segundo lugar, estão Fraga, com 8,8%; Rollemberg, que atingiu 8,6%; e Rosso, com 8,5%. O número de votos brancos e nulos ficou em 21,1%.

Em uma das mais imprevisíveis eleições do Distrito Federal, cada voto pode ser decisivo. Para alavancar as candidaturas, os 10 concorrentes ao Palácio do Buriti têm um campo a explorar nas próximas três semanas. Encomendada pelo Correio Braziliense e realizada pelo Instituto Opinião Política entre 7 e 10 de setembro, pesquisa estimulada mostra que 7,1% dos entrevistados não decidiram quem apoiar. Dada a projeção da amostra, pelo menos 147.990 mil eleitores mostram-se indecisos e abertos ao convencimento — no total, há 2,08 milhões de pessoas aptas a votar no pleito. Com a disputa acirrada, a definição do posicionamento desse grupo pode modificar o quadro atual, desempatar o jogo e determinar quais candidatos vão para o segundo turno, dado como certo por cientistas políticos.

Conforme a pesquisa, divulgada na última quarta-feira, Eliana Pedrosa (Pros) lidera a corrida ao GDF, com 19,1% das intenções de voto. Empatados tecnicamente, disputam a segunda colocação Alberto Fraga (DEM), que alcançou 13,2%; Rodrigo Rollemberg (PSB); com 12,1%; e Rogério Rosso (PSD), com 10,1%. O advogado Ibaneis Rocha (MDB) corre por fora, graças à preferência de 7% do eleitorado. O cenário nunca foi tão embolado na capital.

Conforme a pesquisa, divulgada na última quarta-feira, Eliana Pedrosa (Pros) lidera a corrida ao GDF, com 19,1% das intenções de voto. Empatados tecnicamente, disputam a segunda colocação Alberto Fraga (DEM), que alcançou 13,2%; Rodrigo Rollemberg (PSB); com 12,1%; e Rogério Rosso (PSD), com 10,1%. O advogado Ibaneis Rocha (MDB) corre por fora, graças à preferência de 7% do eleitorado. O cenário nunca foi tão embolado na capital.

Lideranças
O pleito deste ano é atípico, também, em razão da ausência de lideranças. Sem um nome capaz de unir integrantes do mesmo campo político, a capital enfrentará a eleição com o maior número de candidaturas ao Executivo local desde a conquista da autonomia política pelo Distrito Federal, em 1990 — metade dos concorrentes testará as urnas pela primeira vez. A característica, de acordo com o cientista político Everaldo Moraes, retarda a escolha do eleitorado. “Brasília sempre viveu do PT versus Joaquim Roriz (sem partido) ou José Roberto Arruda (PR). Portanto, não havia muita dúvida. Com o fim dessa era, temos muitos nomes novos ou de pouca expressão. Não vemos grupos com boa vantagem. Os concorrentes farão um trabalho de formiguinha, conquistando votos aqui e ali”, disse o especialista.

Para os estudiosos, apesar de candidatos do primeiro pelotão terem raízes nas principais escolas políticas da capital, não conseguiram se consolidar como herdeiros dos caciques políticos. Outro ponto a ser levado em consideração é o foco do eleitorado na corrida presidencial, segundo Moraes. “Com um cenário tão embolado e polêmico como o nacional, poucas são as pessoas que têm dado atenção à disputa local. A tendência é de que, nas próximas semanas, despertem para isso. Mesmo porque os candidatos intensificarão a campanha”, analisou.


Por Ana Viriato – Correio Braziliense

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