Instituto aumenta atendimentos no
Base - Hospital de Base: fila da
radioterapia foi zerada após mudança na gestão
*Por
Walder Galvão
Com oito meses de funcionamento, o Instituto
Hospital de Base (IHB) apresenta balanço positivo de atendimentos. Após embates
judiciais, a unidade de saúde teve o relatório de serviços prestados
apresentados na manhã de ontem. Durante o ato, o governador Rodrigo Rollemberg
(PSB) garantiu que o modelo do IHB será expandido às outras unidades de saúde
da capital, caso ele seja reeleito.
Rollemberg e os gestores do IHB destacaram os
atendimentos de radioterapia. Segundo Rollemberg, até o ano passado, havia mais
de 1,3 mil pessoas na fila de espera para o atendimento. O governador garantiu
não haver mais fila. “Tivemos um número de crescimentos de atendimentos por
mês, que passaram de 24 para 60”, afirmou.
Os atendimentos referentes à oncologia também deram
um salto com a nova gestão do hospital, passando de 10, em março, para 180, em
julho. Com isso, as filas na rede pública do DF também estão zeradas para esse
tipo de especialidade. O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, estima que um
paciente consiga marcar uma consulta para dois ou três dias após o pedido feito
pelo médico.
O número de cirurgias no IHB também apresentou
aumento significativo. Em dezembro do ano passado, quando a nova forma de
gestão ainda não estava em vigor, a unidade realizou 518 cirurgias. Em julho de
2018, foram registrados 941 procedimentos desse tipo, ou seja, 32 por dia.
“Praticamente o dobro de cirurgias está sendo realizado, se comprarmos com o
ano passado”, observou Rollemberg,
Durante a divulgação do balanço, o governador
ressaltou que esse tipo de modelo de gestão é totalmente público. Ele acredita
que o IHB será referência no Brasil. “Conseguimos sair do debate da
terceirarão, porque esse serviço é 100% público. Além disso, estamos com o
mesmo orçamento de 2015: R$ 602 milhões”, reforçou.
Adversários
Em clima de campanha eleitoral, o IHB também virou
alvo de crítica de adversários políticos de Rollemberg. Durante debate
realizado pelo Correio, em 28 de agosto, Rogério Rosso (PSD), candidato a
governador, garantiu que, caso seja eleito, cancelará a criação do IHB. De
acordo com Rosso, o instituto é inútil.
Também na disputa pela chefia do executivo local,
Alberto Fraga (DEM) afirmou que, caso ganhe as eleições, acabará com o IHB.
“Não posso aceitar a terceirização da Saúde, ela não pode pensar em lucro, tem
que pensar em salvar vidas. Já deu para perceber que aquele modelo não deu
certo”, criticou, durante agenda na Feira dos Importados no mês passado.
Entenda o caso - Imbróglio jurídico
Entenda o caso - Imbróglio jurídico
O IHB foi criado para substituir o Hospital de Base
e funcionar como Serviço Social Autônomo. A instituição passou a ser obrigada a
cumprir as metas do contrato de gestão. Porém, as regras para assistência aos
pacientes permaneceram as mesmas. Com o anúncio da criação do instituto,
embates judiciais e críticas de candidatos que concorrem à chefia do Buriti
marcaram o início da gestão.
A 4ª Vara de Fazenda Pública do DF ainda questionou
o estatuto da entidade, por discordar com alguns artigos, e exigiu a proibição
de contratações sem licitação e de pessoal sem concurso público. Em 19 de
janeiro, o edital do processo seletivo para a contratação de 708 profissionais
foi lançado, no entanto, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10)
suspendeu o edital, de forma liminar, acolhendo o pedido do Ministério Público
da 10ª Região, que havia identificado irregularidades no certame. Porém, a
decisão do TST garantiu as contratações.
(*) Walder
Galvão – Foto: Minervino Junior/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
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